quarta-feira, 18 de abril de 2012

COMO PLANEJAR E EXECUTAR UM TREINAMENTO


Treinamento: uma breve conceituação

Não há possibilidade de nos desenvolvermos economicamente e, conseqüentemente, elevarmos o nosso nível social, sem aumentarmos as nossas habilidades, sejam elas intelectuais ou técnicas. Logo, aumentar a capacitação e as habilidades das pessoas é função primordial do treinamento.

Treinar é "o ato intencional de fornecer os meios para proporcionar a aprendizagem" (CHIAVENATO, 1994, p. 126), é educar, ensinar, é mudar o comportamento, é fazer com que as pessoas adquiram novos conhecimentos, novas habilidades, é ensiná-las a mudar de atitudes. Treinar no sentido mais profundo é ensinar a pensar, a criar e a aprender a aprender.

O treinamento deve incentivar ao funcionário a se auto-desenvolver, a buscar o seu próprio meio de reciclagem. O profissional de treinamento por sua vez, deverá conscientizar os funcionários da importância do auto-desenvolvimento e da busca constante do aprendizado contínuo.

A missão do treinamento pode ser descrita como uma atividade que visa: ambientar os novos funcionários; fornecer aos mesmos novos conhecimentos; desenvolver comportamentos necessários para o bom andamento do trabalho e, atualmente vem tendo a sua maior missão que é de conscientizar os funcionários da importância de auto-desenvolver-se e de buscar o aperfeiçoamento contínuo.

Ao se treinar um empregado, este pode se sentir prestigiado perante sua empresa, pois desta forma ela demonstra sua preocupação em capacitar bem seus profissionais, dando-lhe a oportunidade de crescimento pessoal e profissional.

Como já ressaltamos, o treinamento é uma responsabilidade gerencial, onde a área de treinamento servirá para dar apoio ao gerente, fornecendo, recursos, programas, material didático e assessorar o gerente na elaboração dos programas de treinamento. O gerente deve se preocupar com a capacitação de sua equipe cuidando para que ela receba treinamento adequado continuamente.

Planejando um Programa de treinamento

Um programa de treinamento deve se guiar por determinados pontos imprescindíveis para o seu sucesso:

Identificar o cliente: este é o ponto de partida para a elaboração do programa. Se a identificação do cliente estiver errada, todo o programa perderá o seu sentido. Para a identificação, pergunte: Qual é o problema a ser solucionado? Quais são as suas necessidades? E que resultados deverão ser alcançados? Somente o cliente terá as respostas para estas perguntas.
Levantamento de necessidades (LN): Para que um programa de treinamento tenha o resultado esperado, temos que ajustar as ações da área de treinamento com as necessidades da instituição. Ao realizarmos um levantamento de necessidade temos que tomar cuidado para não cairmos na tentação do resultado imediato cobrado pelos empresários.

O LN trará a tona a "carência observada no indivíduo ou no grupo, diante do padrão de qualificação necessário para a boa execução da tarefas de uma função"(TOLE e MILIONI, p. 88).Os resultados aqui traçados definirão as ações a serem tomadas posteriormente.

Para realizar o LN podemos utilizar os seguintes instrumentos: Questionário; Avaliação de desempenho; Discussão em grupo; Reuniões inter-departamentais; Entrevista estruturada; Pesquisa de clima; Pesquisa de satisfação de clientes, entre outros.

Seja qual for o instrumento utilizado não podemos abrir mão da criatividade, tendo sempre em mente os objetivos da empresa.

Diagnosticar o problema: nesta etapa o profissional de treinamento, irá analisar o desvio encontrado e assim verificar se o problema é solucionável através de um programa de treinamento.

Elaborando um Programa de Treinamento
A elaboração de um programa de treinamento sempre será realizado com base em uma perfeita identificação e interpretação das necessidades reais de treinamento.

Para definirmos com exatidão o que faremos no treinamento, será fundamental identificarmos os seguintes pontos:

Público-alvo: a correta identificação e análise da população que será atingida pelo programa, garantirá um percentual do sucesso do treinamento. Isto porque, um treinamento voltado para os técnicos, não poderá ser o mesmo utilizado para os gerentes e vice-versa.

Objetivos: É o que se pretende alcançar com um programa de treinamento. Hoje quando as empresas passam por dificuldades financeiras o primeiro corte de verbas é realizado na área de treinamento. Isto se dá porque os resultados concretos obtidos em um programa de treinamento, não são fáceis de se alcançar e de demonstrar, por isso temos que definir os objetivos com algumas características essenciais: ter desempenho final a ser alcançado (elaborar folha de pagamento); ter um período determinado (mensal); ter um padrão de satisfação (sem erros).

Desta forma os objetivos serão facilmente atingidos com a realização do treinamento.

Definição dos temas: ao se estabelecer os objetivos a serem alcançados, podemos definir quais temas serão abordados e quais assuntos serão levantados dentro deste tema, para melhor atingir os resultados.

Metodologia: é a forma utilizada para o desenvolvimento do programa de treinamento. Levando em consideração as necessidades estabelecidas pelo cliente, será possível escolher a metodologia a ser utilizada. Vejamos os métodos mais utilizados: Sala de aula; Treinamento à distância; Internet; No local de trabalho.

Processos e técnicas: "Vários fatores do treinamento podem influir na escolha da técnica, tais como nível do treinando, forma do treinamento, tipo de necessidades, duração dos cursos, recursos humanos e materiais, condições físicas e ambientais" (FONTES, p. 64). Para que a técnica utilizada seja de grande proveito, deverá ser criativamente adaptada para a realidade local. Vejamos agora quais são as técnicas mais utilizadas: Conferências ou palestras; Estudos de caso; Dramatizações; Dinâmica de grupo; Jogos de empresas

Tendo escolhido a metodologia a ser desenvolvida e as técnicas a serem utilizadas, o instrutor poderá contar com recursos didáticos que servem para esclarecer uma demonstração, motivar o grupo para uma reflexão e favorece a memorização dos assuntos apresentados(Cf. FEULLETTE, 1991, p. 126). Vejamos agora quais são os recursos mais conhecidos: Vídeo cassete/televisor; Gravador/Aparelho de som; Cartazes; Retroprojetor/Transparência; Apostilas; Quadro negro; Flip-chart; Computador.
Plano de aula: Com todas as etapas anteriores preenchidas deve-se elaborar um plano de aula. Este é um instrumento que irá auxiliar o instrutor na realização do treinamento. No plano devem conter as seguintes
informações: tema central do treinamento, assuntos a serem abordados, horários, técnicas e recursos didáticos.

Tempo e custo: Devemos levar em consideração estes dois fatores antes de terminarmos a elaboração de um programa de treinamento.
O tempo deve ser determinado a partir das necessidades e características do cliente e do publico-alvo, assim como a importância do tema a ser abordado. O mau planejamento do tempo pode causar a perda de informações essências no termino do programa.

O custo deve ser levado em consideração, e este deve ser confrontado com os benefícios que o treinamento irá proporcionar ao cliente.
Podemos identificar como custo os seguintes pontos: salários dos instrutores ou consultores externos, despesa com local, refeições, passagens, estadias, materiais, entre outros.

Executando um programa de treinamento
Terminada a fase de elaboração do programa de treinamento, entramos na fase de execução, que envolve a convocação dos treinandos e a execução do treinamento propriamente dito.
Convocação dos treinandos
É muito comum o instrutor se defrontar com treinandos desmotivados e desinteressados, onde o instrutor terá que desfazer toda esta resistência. Isto acontece porque os treinandos não estão cientes da real importância do aprendizado contínuo.

Para que se minimize este problema ao se convocar um funcionário para um treinamento temos que ser criativos e inovadores, temos que aguçar a curiosidade do público alvo, e para isso, podemos: Deixar de lado aqueles velhos memorandos e passemos a usar um convite ou algo mais atrativo; Procurar conhecer os pontos fortes dos treinandos fazendo uma rápida reunião com seus superiores; Quando iniciarmos um programa de treinamento diga coisas agradáveis sobre o grupo. Esta atitude fortifica os treinandos; No início do programa deixe bem claro quais são os ganhos que os treinandos terão com a realização deste treinamento.

Os instrutores
São aquelas pessoas que irão atuar na transmissão do conteúdo teórico e prático do programa de treinamento.

Para se definir um corpo de instrutores devemos analisar o currículo dos indicados, para verificarmos se são adequados para o programa, somente a partir destas análises convocaremos os instrutores.
Para que um programa de treinamento tenha sucesso o instrutor deverá estar preparado para atuar como um verdadeiro agente de mudança. A atuação deste que poderá garantir o alcance dos objetivos estabelecidos e o sucesso do treinamento.

O instrutor deve possuir algumas características básicas para que ele possa obter sucesso na transmissão de conhecimento. Vejamos algumas: personalidade: transmitindo segurança; conhecimento do assunto; habilidade para lidar com ambigüidades; motivado para a função; criar vínculo com o público; liderança: ter influência; habilidade em vender idéias; criativo; empatia: colocar-se no lugar do outro; ser ético nas relações, nos procedimentos e nas análises.

Avaliando os resultados
O que mais importará para a organização é estar ciente do tipo de retorno que o programa de treinamento irá trazer para a empresa. Portanto, ao terminar um treinamento devemos avalia-lo junto com os treinandos e checar posteriormente se ele trouxe realmente benefícios para a empresa.
Ao se investir em treinamento espera-se que haja "aumento de produtividade, mudanças de comportamento, melhoria do clima humano na organização, redução de custos e de acidentes, rotação de pessoal, além de outros resultados" (TOLEDO e MILIONI, p. 89).

Conclusão
O aumento da competitividade aliado ao contínuo e assustador avanço da tecnologia, faz com que as empresas passem a se preocupar com o freqüente aperfeiçoamento de seus funcionários.
Sendo assim, as empresas deverão se tornar verdadeiros "educandários", onde o gerente seja o educador, e os seus funcionários serão os educandos. Trazendo a tona o verdadeiro sentindo da educação, que é de desenvolver a capacidade física, intelectual, e moral do ser humano, levando este a se integrar e interagir com o meio que o cerca, podendo refletir criticamente sobre as mudanças ocorridas a sua volta e dessa reflexão tomar uma decisão e rumo a seguir.

Logicamente esta postura não será alcançada de uma hora para outra nas organizações, cabe aos profissionais de Recursos Humanos e verdadeiros agentes de mudança, fazer desse princípio uma realidade imprescindível para o sucesso das empresas.

Convém relembrar que o treinamento é um processo contínuo de aprendizagem elaborado e planejado pelos profissionais de Recursos Humanos com total apoio da alta gerência.

Vimos que um programa de treinamento envolve algumas etapas que devem ser seguidas para garantir o sucesso do treinamento, são elas: identificação do cliente, levantamento de necessidades, diagnósticos, elaboração ou planejamento, execução e avaliação do resultados obtidos com o treinamento. Elas não funcionam isoladas mais sim em conjunto umas com as outras, a folha em qualquer etapa pode por a perder todo programa. Assim, temos que encarar cada parte como sendo de vital importância para o sucesso do treinamento e para pleno alcance dos objetivos estabelecidos.

O responsável pelo programa deve empenhar-se ao máximo para fazer com que o treinamento se torne um investimento feito pela empresa e que após o seu término traga reais benefícios para a organização e seus funcionários.
A abrangência do papel do treinamento na empresa moderna não se restringe apenas em oferecer condição para que o empregado melhor se capacite ou se desenvolva, mas também, como força capaz de intervir na organização e no processo produtivo. Só entendendo assim, poderemos dar à empresa o que ela espera - força capaz de ajudá-la na árdua tarefa de maximizar resultados, minimizando os custos e otimizando os recursos humanos disponíveis, tornando-os mais eficientes e mais eficazes.


Jorge Eduardo de Vasconcellos
Pós-Graduando em Gestão de Recursos Humanos na UGF
Bacharel em Administração de Empresas pela UGF
E-mail: ed.rh@mailbr.com.br
Tel: 596-7905
Bibliografia
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO. Manual de treinamento e desenvolvimento. 2ª edição, São Paulo: Makron Books, 1994.
CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando pessoas. 2ª edição. São Paulo: Makron Books, 1994.
FARIA, Heloiza M. Nogueira. "Treinamento de recursos humanos como fator ou produtividade". In: Caderno Cândido Mendes, 1992.
FERREIRA, Paulo Pinto. Administração de pessoas: relações industriais. São Paulo: Atlas, 1992.
FEUILLETTE, Isolde. Recursos Humanos, o novo perfil do treinador. São Paulo: Nobel, 1991.
FONTES, Lauro Barreto. Manual de treinamento na empresa. São Paulo: Atlas, 1975.
TOLEDO, Flávio e MILIONI, B. Dicionário de Recursos Humanos. 3ª edição. São Paulo: Atlas, 1986.
WULF, Katie. "Tecnologias multiplicam as formas do aprendizado". RH em Síntese. N. 18, set/out. 1998.



terça-feira, 17 de abril de 2012

Proteção Contra Incêndio

1. Introdução
A Proteção Contra Incêndio é um assunto um pouco mais complexo do que possa parecer. A primeira vista, imagina-se que ela é composta pelos equipamentos de combate à incêndio fixados nas edificações, porem esta é apenas uma parte de um sistema, é necessário o conhecimento e o treinamento dos ocupantes da edificação. Estes deverão identificar e operar corretamente os equipamentos de combate a incêndio, bem como agir com calma e racionalidade sempre que houver início de fogo, extinguindo-o e/ou solicitando ajuda ao Corpo de Bombeiros através do telefone 193.
2. Historia do Fogo
O fogo foi o maior conquista do ser humano na pré historia. A partir desta conquista o homem aprendeu a utilizar a força do fogo em seu proveito, extraindo a energia dos matérias da natureza ou moldando a natureza em seu benefício.Os primeiros encontros do homem primitivos com o fogo devem ter ocorrido naturalmente ao seres observadas  as arvores atingidas por raios e assistindo o fogo surgi na superfície de jazidas de petróleo ou provenientes das atividades vulcânicas Destes encontros causais o homem  aprendeu quais as propriedades inerentes ao fogo ;calor ,luz e a capacidade de alguns matérias secos pegarem fogo. Ex; madeiras.
O fogo surgiu como proteção, as fastando os predadores, com isso o fogo  começou a serem empregado na caça usando tochas rudimentares para usar a presa, encurralando-a foram inventadas varias tipos de tochas.O ser ano pré-histórico aprendeu a cozinhar os elementos em fogueiras tornando mais saborosos e saudáveis.
O fogo também foi o maior responsável pela sobrevivência do ser ano e pelo grau desenvolvimento da humanidade, apesar de que, durante muitos períodos da historia, o fogo foi usado no desenvolvimento e triação de rmas e como força destrutivas. Na antiguidade o fogo era visto como uma das partes fundamentais que formaria a matéria na idade media os aquimistas acreditavam que o fogo tinha propriedades de transformação da matéria alternando determinadas propriedades químicas das substancias, como a transformação deminerio sem valor em ouro.
Todavia, somente muito tempo depois que o homem verificou as faíscas que eram esfregados pela ação do vento e que surgiu a idéia de tentar de se obter  fogo através do atrito de dois pedaços de pau.

2.1- Os primeiros bombeiros
Homens mulheres e crianças saiam de suas casa ,ou de onde estivessem,corriam do local onde o fogo destruía algo, todos juntos, faziam uma enorme fila mas  perto de poço de água mais próximo ,passavam baldes de mão em mão,ate que eles chegassem ao local que estavam em chamas.Isto acontecia no Brasil ate  1856,quando não havia homens especializados e contratados   pelos estados para o cargo de apagar incêndios.
Em 02 junho de 1856 o Imperador Dom Pedro 2 vendo a necessidade deter homens especiais para combater o fogo assinou um decreto 1.775 que regulamentava o serviço de incêndio,nascia assim o embrião do corpo de Bombeiro no Brasil.A partir de 1954, por decreto presidencial, o dia 02 de julho passou a ser o dia do Bombeiro uma justa homenagem a quem arrisca a sua vida para salvar a vida do próximo.
Vigiles – Foi na antiga Roma que surgiu uma das organizações de combate ao fogo quando Augusto que se tornou Imperador em 27 A.C  formou um grupo para patrulhar as ruas que alem da missão de policiar a cidade e também tinha a missão de impedir incêndio.
3. Teoria do Fogo
3.1-Conceito de Fogo
Fogo é um processo químico de transformação. Podemos também defini-lo como o resultado de uma reação química que desprende luz e calor devido à combustão de materiais diversos.
Para a realização desse fenômeno, é imprescindível a presença do oxigênio, tratando-se, portanto, de um fenômeno de oxidação. O fogo nada mais é do que uma reação química que desprende calor ou calor e luz, produzindo alterações profundas na substância que se queima.

3.2- Elementos que compõem o fogo
Os elementos que compõem o fogo são:
Combustível
Comburente (oxigênio)
Calor
Reação em cadeia
Esse quarto elemento, também denominado transformação em cadeia, vai formar o quadrado ou tetraedro do fogo, substituindo o antigo “Triângulo do fogo”.


3.3- Combustível
É todo material que queima.
São sólidos, líquidos e gasosos, sendo que os sólidos e os líquidos se transformam primeiramente em gás pelo calor e depois inflamam.
Sólidos
Madeira, papel, tecido, algodão,
etc.

 Líquidos
Voláteis – são os que desprendem gases inflamáveis à temperatura ambiente.
Ex.:álcool, éter, benzina, etc.
Não Voláteis – são os que desprendem gases inflamáveis à temperaturas maiores do que a do ambiente. Ex.: óleo, graxa, etc.


 Gasosos
Butano, propano, etano, etc.

3.4- Comburente (Oxigênio)
É o elemento ativador do fogo, que se combina com os vapores inflamáveis dos combustíveis, dando vida às chamas e possibilitando a expansão do fogo. Compõe o ar atmosférico na porcentagem de 21%, sendo que o mínimo exigível para sustentar a combustão é de 16%.

Calor
É uma forma de energia. É o elemento que dá início ao fogo, é ele que faz o fogo se propagar.
Pode ser uma faísca, uma chama ou até um super aquecimento em máquinas e aparelhos energizados.

Reação em Cadeia
Os combustíveis, após iniciarem a combustão, geram mais calor. Esse calor provocará o desprendimento de mais gases ou vapores combustíveis, desenvolvendo uma transformação em cadeia ou reação em cadeia, que, em resumo, é o produto de uma transformação gerando outra transformação.

4. Características dos elementos essenciais do fogo
4.1 - Combustíveis
Todo material possui certas propriedades que o diferem de outros, em relação ao nível de combustibilidade, Por exemplo, pode-se incendiar a gasolina com a chama de um isqueiro, não ocorrendo o mesmo em relação ao carvão coque. Isso porque o calor gerado pela chama do isqueiro não seria suficiente para levar o carvão coque à temperatura necessária para que ele liberasse vapores combustíveis.
Cada material, dependendo da temperatura a que estiver submetido, liberara maior ou
menor quantidade de vapores. Para melhor compreensão do fenômeno, definem-se algumas variareis denominadas:
a)     Ponto de fulgor;
b)     Ponto de combustão;
c)     Temperatura de ignição,

a) Ponto de fulgor
É a temperatura mínima em que um combustível começa a desprender vapores que, se entrarem em contato com alguma fonte externa de calor, se incendeia. Só que as chamas não se mantêm, não se sustentam, por não existirem vapores suficientes. Se aquecermos pedaços de madeira, dentro de um tubo de vidro de laboratório, a certa temperatura a madeira desprendera vapor de água. Este vapor não pega fogo. Aumentando-se a temperatura, num certo ponto, começarão a sair gases pela boca do tubo.
Aproximando-se um fósforo aceso, esses gases transformar-se-ão em chamas. Por ai, nota-se que um combustível solido (a madeira) numa certa temperatura desprende gases que se misturam ao oxigênio (comburente) e que se inflamam em contato com a chama do fósforo aceso.
O fogo não continua porque os gases são insuficientes, formam-se em pequena quantidade. O fenômeno observado nos indica o "Ponto de fulgor" da madeira (combustível sólido), que é de 150º C (cento e cinqüenta graus centígrados).
O ponto de fulgor varia de combustível a combustível. Para a gasolina ele é de - 42º C (menos quarenta e dois graus centígrados), para o asfalto é de 204º C (duzentos e quatro graus centígrados).
b) Ponto de combustão
Na experiência da madeira, se o aquecimento, prosseguir, os gases continuarão a sair pelo tubo e, entrando em contato com o calor da chama do fósforo aceso, incendiar-se-ao e manter-se-ao. Agora a queima não para. Foi atingido o "Ponto de combustão", isto é, a temperatura mínima em que esse combustível solido, a madeira, sendo aquecido, desprende gases que em contato com fonte externa de calor se incendeiam, mantendo-se as chamas. No ponto de combustão, portanto, acontece um fato diferente, ou seja, as chamas continuam.
c) Temperatura de ignição
Continuando-se o aquecimento da madeira, os gases, naturalmente, continuarão a se desprender. Num certo ponto, ao saírem do tubo, entrando em contato com o oxigênio (comburente), eles pegarão fogo   sem necessidade da chama do fósforo. Ocorre, então, um fato novo. Não há mais necessidade da fonte externa de calor. Os gases desprendidos do combustível, só pelo contato com o comburente, pegam fogo e, evidentemente, se mantém em chamas.
Foi atingida a "Temperatura de ignição", que é a temperatura mínima em que gases desprendidos de um combustível se inflamam pelo simples contato com o oxigênio do ar. O éter atinge sua temperatura de ignição a 180ºC (cento e oitenta graus Célsios) e o enxofre a 232º C (duzentos e trinta e dois graus Célsios).
Uma substancia só queima quando atinge pelo menos o ponto de combustão. Quando ela alcança a temperatura de ignição bastará que seus gases entrem em contato com o oxigênio para pegar fogo, não havendo necessidade de chama ou outra fonte de calor para provocar as chamas. Convém lembrar que, mesmo que o combustível esteja no ponto de combustão, se não houver chama ou outra fonte de calor, não se verificará o fogo.
Grande parte dos materiais sólidos orgânicos, líquidos e gases combustíveis contêm grandes quantidades de carbono, e/ou de hidrogênio. Citamos como exemplo o gás propano, cujas porcentagens em peso são aproximadamente 82% de Carbono e 18% de Hidrogênio. O Tetracloreto de carbono, considerado não combustível, tem aproximadamente, em peso 8% de Carbono e 92% de Cloro.

Combustíveis Inflamáveis
Ponto de Fulgor
Temperatura de Ignição
Álcool etílico
12,6°C
371,0°C
Gasolina
-42,0°C
257,0°C
Querosene
38,0°C a 73,5°C
254,0°C
Parafina
199,0°C
245,0°C

4.2 - Comburente
Considera-se genericamente a combustão como uma reação de oxidação, a composição química das substancias determinará o grau de combustibilidade do material.
Há substancias que liberam oxigênio em certas condições, como o cloreto de potássio.
Outras substancias podem funcionar como comburentes, por exemplo, uma atmosfera com cloro, tais casos são mais esporádicos e seu estudo envolveria uma complementação de conhecimentos.
4.3 - Fontes de calor
As fontes de calor em um ambiente podem ser as mais variadas:
  • A chama de um fósforo;
  • A brasa de um cigarro aceso;
  • Uma lâmpada;
  • A chama de um maçarico, etc.
A própria temperatura ambiente já pode vaporizar um material combustível; e o caso da gasolina, cujo ponto de fulgor e aproximadamente de - 40ºC. Considerando-se que o ponto de combustão e superior em apenas alguns graus a uma temperatura ambiente de 20º C já ocorre a vaporização.
O calor pode atingir uma determinada área por condução, convecção ou radiação.
a) Condução
A propagação do calor é feita de molécula para molécula do corpo, por movimento vibratório. A taxa de condução do calor vai depender basicamente da condutividade térmica do material, bem como de sua superfície e espessura. É importante destacar a necessidade da existência de um meio físico.
b) Convecção
É uma forma característica dos fluidos. Pelo aquecimento, as moléculas se expandem e tendem a se elevar criando correntes ascendentes a essas moléculas e correntes descendentes às moléculas mais frias. É um fenômeno bastante comum em edifícios, pois através de aberturas, como janelas, poços de elevadores, vão de escadas, podem ser atingidos andares superiores.
C) Radiação
É a transmissão do calor por meio de ondas.
Todo corpo quente emite radiações que vão atingir os corpos frios. O calor do sol é transmitido por este processo. São radiações de calor as que são sentidas quando as pessoas se aproximam de um forno quente.

5. Prevenção de Incêndio – Como Fazer?
 Para obter resultados na prevenção de incêndio, é preciso, antes de mais nada, ter mentalidade prevencionista e colaboração. A melhor medida para prevenir incêndios é evitar que se forme o TRIÂNGULO DO FOGO.
A proteção contra incêndios começa nas medidas que a empresa e todos que nela trabalham tomam para evitar o aparecimento do fogo.
A experiência dos que combatem o fogo já demonstrou uma verdade que deve ser conhecida por todos: a grande maioria dos incêndios pode ser evitado e controlado no seu início. As pessoas treinadas, tomando providências no momento certo, evitam e impedem que um princípio de incêndio se transforme em destruição completa. Pode-se concluir que a palavra de ordem é prevenir, e sendo necessário, combater o fogo com rapidez e eficiência. Para tal, é necessária a criação de uma BRIGADA DE INCÊNDIO nas empresas que, além da prevenção, deve preparar o homem para saber como e quando utilizar os equipamentos de combate a incendeio para dominar e eliminar o fogo.
Existem algumas maneiras básicas, que deverão ser vistas a seguir, de prevenir o surgimento do fogo:

5.1- Armazenamento de Material

Nas empresas, é comum usar e movimentar material inflamável.
Ex.: seção de pintura, seção de óxi-corte, trabalhos com solventes, depósitos de papel, madeira, produtos químicos etc.
PREVENÇÃO/PROVIDÊNCIAS:

* manter sempre a substância inflamável longe do calor e do comburente, como no caso de operações de solda e óxi-corte. A operação de solda e a fábrica estarão mais seguros se os tubos de acetileno estiverem separados ou isolados dos tubos de oxigênio. O armazenamento em locais separados contribui muito para aumentar a segurança.
* manter sempre, no local de trabalho a mínima quantidade de inflamável, apenas para uso, como no caso, de operações de pintura e nos casos o solvente armazenado deve ser apenas o suficiente para um dia de trabalho.
* possuir um depósito fechado, devidamente sinalizado e com boa ventilação para armazenamento de inflamáveis e o mais longe possível da área de trabalho.
* Proibir que se fumem nas áreas onde existam  combustível ou inflamáveis. Não se deve esquecer de que um fumante é um incendiário em potencial (ele conduz um dos elementos essenciais do triângulo do fogo: o calor).
Obs.: muitas empresas destinam aos fumantes locais seguros, bem sinalizados fora da área de risco, onde é permitido fumar.

5.2 -Ordem e Limpeza
Os corredores com papéis, estopas sujas de óleo e graxa pelo chão são lugares onde o fogo pode começar a se propagar rapidamente, sendo mais difícil a sua extinção. Isto é especialmente importante no caso de escadas, porque aí as conseqüências podem ser mais graves.
As decorações, os móveis e os equipamentos de escritório devem merecer muita atenção, porque pode estar muito aumentado o volume de material combustível representado por móveis, carpetes, cortinas e forros falsos. Todo esse combustível pode, em certas circunstâncias, transformar a fábrica em uma grande fogueira.
5.3- Instalações de Para - Raios
Os incêndios causados pelos raios são comuns. Todas as edificações devem possuir proteção adequada do pára-raios. Esse serviço deve ser feito por especialistas pela complexidade do mesmo.
5.4- Conhecimento Da Combustão Espontânea
Certos corpos orgânicos, em determinadas circunstâncias, podem se queimar sozinhos. Entre as substancias mais sujeitas à combustão espontânea, destacam-se: alfafa, carvão, óleo de peixe, óleo de linhaça, roupas, tecidos, farrapos e sedas impregnadas de óleo, amendoim, óleo de semente de algodão, fertilizantes, feno, óleo de pinho, terebintina, juta, sisal, cânhamo, madeira, serragem etc.
Os materiais fibrosos tornam-se perigosos, quando umedecidos com óleo animal ou vegetal.
Sendo favorecidos por uma temperatura ambiente relativamente alta (comum em nosso país), pela ação de bactérias, pela presença de umidade de impurezas ou alta porcentagem de oxigênio no ambiente, pais corpos em lenta decomposição, por uma reação química exotérmica (que libera calor). Isto irá crescendo, até que a temperatura atinja o ponto de ignição da substância e esta entre em combustão.
Devemos notar que não é um processo rápido. Dependendo das condições, levará mais ou menos tempo, mas serão sempre somas de muitos dias, semanas e até meses.
Para evitar a combustão espontânea, devemos arrumar as substâncias sujeitas a ela em estrados, em compartimentos frescos e ventilados. Uma ventilação adequada impede um acúmulo de calor gerado nas reações e que seja atingida a temperatura de ignição do combustível.
5.5- Eletricidade Estática
Todo o corpo em atrito com outro produz quantidade de eletricidade estática. Um automóvel ao correr por uma estrada, acumula essa eletricidade pelo próprio atrito com o ar. No caso de um caminhão, transportando líquido inflamável, haverá o perigo de uma centelha provocar incêndio. Isto será evitado se existir uma ligação (fio-terra) que descarregue no chão a eletricidade acumulada, motivo pelo qual os caminhões-tanques dispõem de uma corrente que se arrasta pelo chão.
Da mesma maneira, em uma indústria, líquidos inflamáveis conduzidos no interior de uma tubulação, ou passando de um recipiente para outro, acumularão eletricidade estática, requerendo a instalação de fio-terra e cuidados especiais no seu manuseio.


5.6 Manutenção Adequada
  Além da preocupação com o combustível e o comburente, é preciso que o brigadista saiba como se pode evitar a presença do terceiro elemento essencial do fogo: o Calor. Como evitar sua ação?
PREVENÇÃO/PROVIDÊNCIAS
* Instalações elétricas apropriadas

Fios expostos ou descascados devem ser evitados, pois podem ocasionar curtos-circuitos, que darão origem a focos de incêndio, se encontrarem condições favoráveis à  formação de chamas.

* Instalações Elétricas bem projetadas

Instalações elétricas mal projetadas podem provocar aquecimento nos fios e originar incêndios.
Exemplos trágicos podem ser citados em São Paulo: os incêndios dos Edifícios Andraus, Joelma e CESP. A carga excessiva em circuitos elétricos pode e deve ser evitada.
* Pisos antifaísca


Em locais onde há inflamáveis, os pisos devem ser antifaísca, pois o simples atrito do prego no sapato com o piso poderá provocar uma faísca que ocasionará um incêndio.
Pela mesma razão chaves elétricas blindadas oferecem maior proteção.
* Manutenção de equipamento

Os equipamentos devem sofrer manutenção e lubrificação constantes para evitar o aquecimento por atrito em partes móveis, criando a perigosa fonte de calor.  

6. Classificação e Definição das Classes de Produtos Perigosos
A classificação adotada para os produtos considerados perigosos, feita com base no tipo de risco que apresentam e conforme as Recomendações para o Transporte de Produtos Perigosos das Nações Unidas.
Classe 1 – EXPLOSIVOS

Classe 2 - GASES, com as seguintes subclasses:
Subclasse 2.1 - Gases inflamáveis;
Subclasse 2.2 - Gases não-inflamáveis, não-tóxicos;
Subclasse 2.3 - Gases tóxicos.

Classe 3 - LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS

Classe 4 - Esta classe se subdivide em:
Subclasse 4.1 - Sólidos inflamáveis;
Subclasse 4.2 - Substâncias sujeitas a combustão espontânea;
Subclasse 4.3 - Substâncias  que,  em  contato  com a água, emitem
gases inflamáveis.

Classe 5 - Esta classe se subdivide em:
Subclasse 5.1 - Substâncias oxidantes;
Subclasse 5.2 - Peróxidos orgânicos.

Classe 6 - Esta classe se subdivide em:
Subclasse 6.1 - Substâncias tóxicas (venenosas);
Subclasse 6.2 - Substâncias infectantes.

Classe 7 - MATERIAIS RADIOATIVOS

Classe 8 – CORROSIVOS

Classe 9 - SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS DIVERSAS.

Os produtos das Classes 3, 4, 5 e 8 e da Subclasse 6.1 classificam-se, para fins de embalagem, segundo três grupos, conforme o nível de risco que apresentam:
- Grupo de Embalagem I - alto risco;
- Grupo de Embalagem II - risco médio; e
- Grupo de Embalagem Ill - baixo risco.
O transporte de resíduos perigosos deve atender às exigências prescritas para a classe ou subclasse apropriada, considerando os respectivos riscos e os critérios de classificação constantes destas Instruções. Os resíduos que não se enquadram nos critérios aqui estabelecidos, mas que apresentam algum tipo de risco abrangido pela Convenção da Basiléia sobre o Controle da Movimentação Transfronteiriça de Resíduos Perigosos e sua Disposição (1989), devem ser transportados como pertencentes à Classe 9.
Exceto se houver uma indicação explícita ou implícita em contrário, os produtos perigosos com ponto de fusão igual ou inferior a 20ºC, à pressão de 101,3kPa, devem ser considerados líquidos.  Uma substância viscosa, de qualquer classe ou subclasse, deve ser submetida ao ensaio da Norma ASMT D 4359-1984, ou ao ensaio para determinação da fluidez prescrita no Apêndice A–3, da publicação das Nações Unidas ECE/TRANS/80 (Vol. 1) (ADR), com as seguintes modificações: o penetrômetro ali especificado deve ser substituído por um que atenda à Norma da Organização Internacional de Normalização - ISO 2137-1985 e os ensaios devem ser usados para substâncias de qualquer classe.

7. Combate a Incêndio
 Mesmo que as medidas sejam adequadas, pode ocorrer algum acidente que provoque um início de incêndio. Portando, além de saber prevenir o fogo, é, também, importante saber combatê-lo.
 É preciso indicar bem a classe de incêndio que se vai combater, para escolher o equipamento correto. Um erro na escolha de um extintor pode tornar inútil o esforço de combater as chamas ou pode piorar a situação, aumentando-as, espalhando-as ou criando novas formas de fogo para o brigadista a regra para combater o incêndio é sempre de romper o Triângulo do fogo. Mas, o que será mais convincente, mais rápido de retirar: O Combustível? O Comburente? Ou o Calor? Isto vai depender do material que deu origem ao fogo.

7.1- Métodos de Extinção

Como já foi visto, o fogo e um tipo de queima, combustão e oxidação. É um fenômeno químico, uma reação química que provoca alterações profundas na substância que se queima. Um pedaço de papel ou madeira que se inflama transforma-se em substancia muito diferente. O mesmo acontece com óleo, gasolina ou com um gás que pega fogo.
A palavra oxidação significa também queima. A oxidação pode ser lenta como no caso da ferrugem.
Trata-se de uma queima muito lenta, sem chamas. Na combustão de um papel, já há chamas. É uma oxidação mais rápida. Na explosão da dinamite, à queima e oxidação é instantânea e violenta. Chama-se oxidação porque é o oxigênio que entra na transformação, ajudando a queima das substancias.
O tipo de queima que nos interessa é o que apresenta chamas.
Consideremos o triângulo do fogo:


Eliminando um desses elementos, terminará a combustão. Aí se tem uma indicação muito importante de como se pode acabar com o fogo. Pode-se eliminar a substância que esta sendo queimada (esta é uma solução nem sempre possível). Pode-se eliminar o calor provocando o resfriamento no ponto em que ocorre a combustão, a queima.
Pode-se, ainda, eliminar ou afastar o comburente (oxigênio) do lugar da queima, por abafamento, por introdução de outro gás que não é comburente.
O triângulo do fogo é como um tripé. Eliminando-se uma das pernas, acaba a sustentação. Isto é, o fogo se extingue.
De tudo isso concluí-se que, impedindo a ligação dos pontos do triângulo, ou seja, dos elementos essenciais, indispensáveis para o fogo, este não surgirá ou deixará de existir se já tiver começado.
Quando num poço de petróleo que está em chamas, o que se deseja e afastar, momentaneamente, é o oxigênio e/ou comburente, um dos elementos do triângulo de fogo, para que o incêndio acabe, se extinga.
Quando num lugar onde existe material combustível e oxigênio se lê um aviso em que se proíbe fumar, o que se pretende é evitar que se forme o triângulo do fogo, isto é combustível, comburente e calor. O calor, neste caso, é a brasa do cigarro. Sem este calor, o combustível e o comburente não poderão transformar-se em fogo.
7.2 - Classes de incêndio
Os incêndios, em seu inicio, são muito mais fáceis de controlar e de extinguir. Quanto mais rápido o ataque às chamas, maiores serão as possibilidades de reduzi-las e elimina-las. É a principal preocupação no ataque consiste em desfazer, romper o triângulo do fogo. Mas, que tipo de ataque se faz ao fogo em seu inicio? Qual a solução que deve ser tentada? Como os incêndios são de diversos tipos, as soluções serão diferentes e os equipamentos de combate também.
É preciso conhecer, identificar bem o incêndio que se vai combater, para escolher o equipamento correto. Um erro na escolha de um extintor pode tornar inútil o esforço de combater as chamas ou pode piorar a situação aumentando as chamas, espalhando-as ou criando novas causas de fogo (curtos-circuitos).
7.3- Os incêndios são divididos em quatro (4) classes:
Classe A - Fogo em materiais sólidos de fácil combustão com a propriedade de queimarem em sua superfície e profundidade e que deixam resíduos, como: tecidos, madeira, papel, fibras etc.
Classe B - São líquidos e gazes inflamáveis que queimam somente em sua superfície, não deixando resíduos, como óleos, graxas, vernizes, tintas, gasolina etc.
Classe C - Fogos em equipamentos elétricos energizados, também queimam somente em sua superfície como motores, transformadores, quadro de distribuição, fios, etc., sob tensão.
Classe D - Fogo em elementos pirofóricos como magnésio, zircônio, titânio, etc.
7.4 - Agentes extintores
Basicamente a extinção de um incêndio é feita por ação de resfriamento, abafamento ou união das duas ações.
Ação de resfriamento: pela diminuição da temperatura do material incendiado a níveis inferiores ao ponto de fulgor ou de combustão desse combustível. Nesse instante, não haver; a emissão de vapores necessários ao prosseguimento do fogo.
Ação de abafamento: resultante da retirada do oxigênio; pela aplicação de um agente extintor que deslocará o ar da superfície do material em combustão.
Dependendo do tipo ou da forma como certos agentes extintores são empregados, outros efeitos podem aparecer como a diluição de um líquido combustível em água e interferência na reação química.
A retirada do material combustível (o que está queimando ou que esteja próximo) evita a propagação do incêndio sem criar a necessidade de um agente extintor.
7.5- Tipos de agentes extintores (1)
  • Água (Jato Pleno - Neblina - Vapor)
A água é o agente de uso mais comum e tem sido utilizado há séculos, por causa de suas propriedades de resfriamento, abafamento, diluição e emulsionamento. A extinção do fogo com água e  suas limitações como agente extintor, em suas três aplicações básicas: jato plano, neblina e vapor.
A extinção só pode ocorrer quando o agente extintor atinge o ponto onde existe a combustão. O método convencional de extinção e aplicar, na base do fogo, jato pleno, mediante linhas de mangueiras, ou com extintores do tipo de carga de água.
Outra maneira convencional, e freqüentemente mais eficaz, é aplicar a água em forma de neblina. Isto se faz através de esguichos especiais, pulverizadores e dispositivos similares.
Além disto, em certos casos específicos, a água pode ser aplicada em forma de vapor.
  • Agentes extintores de Água
Quando a superfície do material incendiado é resfriada, abaixo da temperatura em que emite vapores suficientes, para apoiar a combustão, o fogo se extingue. Incêndios que envolvam líquidos somente podem ser extintos por resfriamento quando o ponto de fulgor do liquido está bem acima da temperatura da água aplicada.
Em certas situações, é necessário aplicar água de tal forma que se consiga o máximo efeito resfriador. Isto significa que a água aplicada, absorvendo o calor da combustão, deve ser aquecida a 100º C, convertendo-se em vapor (eventualmente superaquecido).
Tal resultado pode ser obtido mais rapidamente se a água for aplicada em forma de neblina em vez de Jato pleno.
Os fatores seguintes afetam a ação resfriadora da neblina:
  • A taxa de absorção do calor é mais alta quanto maior o fracionamento da água aplicada. Em determinado volume de água, a sua superfície livre é muito maior em forma de neblina;
  • A taxa de absorção do calor é mais alta quanto maior a diferença de temperatura entre a água aplicada e o ar, ambiente ou material em combustão;
  • A taxa de absorção do calor depende do conteúdo de vapor no ar que esta na vizinhança imediata das partículas de neblina (gotas);
  • A taxa de absorção do calor depende da forma das partículas da neblina (gotas) (a forma esférica é a melhor),
A partícula da neblina (gota) deve ser bastante grande para que alcance o ponto de combustão (vencendo a resistência do ar, a força da gravidade e as correntes ascendentes do ar aquecido). O diâmetro ótimo da gota é da ordem de 0,35 mm, porém os diâmetros entre 0,1 mm e 1,0 mm são satisfatórios para a maioria dos casos.
Durante a aplicação da neblina, deve-se levar em conta a deflecção causada por correntes térmicas e outros movimentos do ar. O resfriamento e a geração de vapor (sinal de absorção do calor) são mais eficazes quando ocorrem no ponto de combustão.
  • Extinção por abafamento
Caso o vapor for gerado em volume suficiente (dependendo da taxa de aplicação da água, do tamanho das partículas e do calor de combustão), o ar pode ser deslocado ou excluído e o fogo, em certos tipos de incêndio, pode ser extinto por este procedimento.
O abafamento, evidentemente, e favorecido quando o vapor que e gerado fica encerrado na zona de combustão. O vapor tem pouco efeito resfriador sobre os combustíveis comuns, não sendo, portanto, fator importante na completa extinção de tais incêndios.
O processo de absorção do calor pelo vapor termina quando começa a condensação, o que significa que o vapor libera o calor. Esta condição se torna evidente pela formação de nuvens (visíveis) de vapor de água.
A condensação que ocorre acima da zona de combustão não tem efeito resfriador algum sobre o material incendiado.
O vapor pode ser utilizado com vantagens no combate a incêndio em equipamentos que contém líquidos inflamáveis ou combustíveis e que trabalham com altas temperaturas.
A aplicação da água fria, neste caso, poderia danificar os equipamentos.
A aguda pode ser também usada como agente abafador, particularmente no combate a incêndios em líquidos mais pesados (por exemplo, bissulfureto de carbono),ou insolúveis. A água deve ser aplicada levemente na superfície do liquido. A fim obter-se o efeito abafador.
Se o combustível, quando aquecido, libera oxigênio, o abafamento não extingue o fogo.
  • Extinção por diluição
Líquidos inflamáveis solúveis em água podem, em certas circunstancias, ser extintos mediante diluição. A porcentagem de diluição necessária para o efeito extintor varia grandemente; o volume de água e o tempo necessário para a extinção variam também.
Por exemplo, num incêndio que envolva um derrame de álcool etílico ou metílico, a técnica de diluição pode ser usada com êxito quando e possível obter uma mistura adequada dos dois líquidos.
Em tanques, comumente não se pratica o método de diluição, por três motivos:
a.                - grande volume de água necessário,
b.               - possibilidade de trasbordamento;
c.         - perigo de ebulição, caso o liquido for aquecido a 100º C ou mais.
b) Limitações da água e da neblina
A água, agente extintor universal, tem limitações em certos tipos de incêndios. As características que limitam o seu uso como agentes extintores incluem: tensão superficial, reatividade com certos materiais, condutividade elétrica, viscosidade, baixa opacidade e reflexão. Além disto, a água pode ser ineficaz nos incêndios em líquidos inflamáveis de baixo ponto de fulgor.
Algumas destas limitações podem ser eliminadas ou reduzidas com a adição de substancias que alteram as características físicas da água.

  • Tensão superficial

A tensão superficial da água reduz sua capacidade de penetração a dispersão em combustíveis enfardados ou empilhados, como por exemplo, o algodão. Nestes casos torna-se necessário, desmantelar os fardos em empilhamento, aplicando água no seu interior, ou então, adicionar um agente umectante, a fim de reduzir a tensão superficial e possibilitar a penetração.

  • Reatividade com certos materiais

Em geral, a água não deve ser aplicada em materiais como carbonatos, peróxidos, sódio metálico, pó de magnésio, etc., os quais reagem violentamente.

  • Condutividade elétrica

A água, em seu estado natural, contém impurezas que a tornam boa condutora de eletricidade. Portanto, não deve ser aplicada em incêndios que envolvam equipamentos elétricos energizados.
Recomenda-se, em primeiro lugar, desligar a corrente elétrica do equipamento incendiado, antes de aplicar água. Deve ser levado em conta, porém, que em certas linhas de alta voltagem pode ficar um potencial perigoso durante algum tempo após o desligamento. Caso existam condensadores elétricos no circuito, ou haja um cabo que por qualquer motivo tenha capacitância, a corrente demora algum tempo em dissipar-se. Se dois ou mais cabos de alta tensão estão instalados numa torre, ou em duas torres paralelas, pode gerar-se, após o desligamento de um cabo, uma corrente induzida no cabo desenergizado, caso este tenha capacitância. Também o cabo desenergizado pode ser acidentalmente energizado por contato com outra linha durante o combate a incêndio.
Em certas circunstâncias, a corrente não pode ser cortada, porque isto pararia equipamentos necessários para o combate a incêndio (por exemplo, bombas etc.). Em tal caso, somente agentes extintores não condutores devem ser usados (agentes químicos secos pó ou gás carbônico)

  • Viscosidade
A água tem baixa viscosidade e, quando aplicada a uma massa incendiada, escoa rapidamente. A baixa viscosidade também limita a sua capacidade de cobrir o fogo.
  • Opacidade e reflexividade
Testes realizados demonstram que a neblina de água, aplicada de forma a criar uma fina camada na superfície de uma chapa metálica, mantinha esta chapa a temperatura, suficiente para se proteger contra os danos devidos à exposição de um incêndio em gasolina. Porém, quando a neblina foi aplicada como simples cortina de água entre o metal e o fogo, sem molhar a superfície da chapa metálica, o grau de proteção foi muito menor. Neste ultimo caso, a temperatura da chapa metálica foi três até quatro vezes mais alta que na primeira experiência, na qual a água molhava levemente a superfície metálica protegida.
Os testes indicaram que, provavelmente por causa da falta de opacidade, a água tem pouca capacidade de prevenir a passagem do calor de radiação.
c) Limitações do vapor
O vapor extingue incêndios através da exclusão do ar ou redução do conteúdo do oxigênio do ar atmosférico, de maneira similar ao gás carbônico ou outros gases inertes.
Embora muitos incêndios tenham sido extintos com vapor, seu uso foi freqüentemente ineficaz por falta de conhecimento das suas limitações. Exceto para aplicações especiais, o vapor não e dai para frente utilizado modernamente como agente extintor.
Para uso do vapor no combate a incêndio é preciso se dispor de grandes e constantes volumes. É difícil extinguir incêndios em combustíveis cuja combustão forme brasa, por ser baixo o seu efeito resfriador. Em alguns tipos de incêndios, como por exemplo, em nitrato de amônia e materiais oxidantes similares, o vapor e completamente ineficaz.
Deve também ser levado em conta o risco de queimadura; a nuvem visível do vapor condensado, normalmente conhecida como "Vapor", não oferece proteção.
Recomenda-se limitar o uso de Jatos de vapor principalmente a pequenos espaços encerrados, deve ser aplicado durante muito tempo, a fim de garantir a completa extinção.

d) Neblina de água em incêndios de líquidos inflamáveis e líquidos combustíveis
O óleo combustível pesado, óleo lubrificante e outros produtos de petróleo, de alto ponto de fulgor, não produzem vapores em volume razoável, antes de serem aquecidos.
Entretanto, uma vez incendiados, o calor do fogo causa vaporização suficiente para que a combustão continue. Caso seja aplicada neblina na superfície do líquido incendiado, o resfriamento reduzirá a taxa de vaporização de maneira suficiente a se extinguir o incêndio.
A água tem a sua capacidade extintora limita da em líquidos inflamáveis de baixo ponto de fulgor, tais como os que estão incluídos na classe A-B-C, da norma ABNT-P-NB- 98-1961. Qualquer volume de água atingindo a superfície dum liquido de baixo ponto de fulgor, incendiado, não ferverá, mas provavelmente descerá ao fundo.
Caso o liquido esteja num tanque, a água poderá causar trasbordamento. Em caso de incêndio em líquido derramado, a água provavelmente espalhará as chamas. Portanto, em incêndios deste tipo a espuma é o agente mais indicado.
e) Resumo dos usos de água
O uso de água em incêndios de produtos de petróleo pode ser resumido da seguinte maneira:
Água como agente resfriador .
·        Interrompe a liberação de vapores da superfície de um produto de alto ponto de fulgor, extinguindo assim o incêndio;
·        Protege os homens contra as chamas e o calor de radiação, quando os mesmos fecham uma válvula ou realizam outra tarefa que exige aproximação;
·        Protege as superfícies expostas ao fogo; esta proteção é mais eficaz quando as superfícies estão a uma temperatura superior a 100º C;
·        Emprego dos jatos de água é eficaz no resfriamento de torres, vasos, tanques, estruturas metálicas, etc.
Água como agente mecânico
·        Controla vazamentos;
·        Dirige, quando convenientemente aplicada, o fluxo do liquido, de forma a prevenir sua ignição, ou remover o fogo para uma área onde cause menos prejuízos;
Água como agente deslocador
Desloca o liquido inflamável para cima ou além do ponto de vazamento, antes ou durante o fogo.
Agentes extintores de Espuma
A espuma para combate a incêndio é um agregado de bolhas cheias de gás, geradas de
soluções aquosas. Sua densidade é menor do que a dos líquidos inflamáveis e
combustíveis. É usada principalmente para formar uma capa flutuante de cobertura.
Extingue o incêndio neste liquido, cobrindo e resfriando o combustível de forma a interromper a evolução dos vapores e impedir o acesso do oxigênio.
É útil como agente de prevenção e extinção de incêndio em situações as mais variadas, envolvendo produtos inflamáveis. Ela satisfaz todas as exigências referentes a um fluido de densidade muito baixa e alta capacidade de absorver calor.
a) Espuma mecânica (de ar)
A espuma mecânica (de ar) é formada por meios puramente mecânicos, sendo gerada por turbulência física que incorpora ar numa solução de água, contendo uma pequena proporção de extrato.
Dependendo desta mistura, a espuma de ar pode ser de maior ou menor consistência. O grau de mistura pode produzir uma consistente de pequenas bolhas homogêneas, com baixa taxa de decomposição, ou, então, pode gerar um aglomerado heterogêneo com bolhas que se desfazem mais rapidamente, dando uma taxa alta de decomposição. A temperatura dos líquidos geradores de espuma, e de água, não afeta as características de espuma gerada.
b) Espuma química
A espuma química é produzida mediante uma reação química que gera bolhas de gás carbônico em solução de água, contendo um composto emulsionador.
A concentração química e a capacidade de expansão variam. Em temperaturas baixas, a espuma química é gerada lentamente e tem sua expansão reduzida. Em temperaturas muito altas, a espuma se forma rapidamente, com grande expansão, porém, sofre rápida desintegração.
c) Tipos especiais de espuma
Em adição aos dois tipos de espuma mencionada, existem líquidos especiais para a geração de espumas mecânicas, a fim de atenderem a riscos específicos.
  • Líquidos de espuma de baixa temperatura
São concentrados proteínicos convenientemente protegidos, para armazenamento e uso no equipamento de geração de espuma, a temperatura baixa até 30º C abaixo de zero, para uso tanto a 3% como a 6% por volume.
  • Líquidos geradores de espuma para álcool
Trata-se de concentrados proteínicos, contendo substancias que oferecem maior resistência contra a decomposição da espuma gerada, quando utilizada em líquidos solúveis em água, tais como álcool , éter e outros solventes orgânicos. São fabricados, geralmente, para uso em proporções de 6% por volume em água.
Uma vez que os líquidos geradores de espuma têm diferenças químicas básicas, o concentrado de um tipo deve ser misturado com o concentrado de outro tipo. A mistura de tipos pode produzir precipitação dos componentes ativas, entupindo a equipamento e tornando a mistura inoperante. Quando a precipitação não ocorrer imediatamente, pode haver uma redução considerável das propriedades espumígenas da mistura e suas características de extinção podem ser destruídas completamente.
d) Uso de espuma em geral
Todas as espumas são basicamente uma mistura estabilizada de água e O2 ou ar, em forma de uma massa de baixa densidade, refletora de calor, a qual é capaz de fluir e nivelar-se automaticamente, em superfícies horizontais de líquidos ou sólidos, e de aderir a superfícies verticais. São úteis sempre que se precise do efeito resfriador da água e quando sejam necessárias características para criar uma cobertura capaz de vedar os vapores.
As espumas que tem as características físicas e químicas apropriadas, para a risco contra a qual devem proteger, são capazes de extinguir a incêndio progressivamente quando aplicadas à taxa exigida. Uma capa de espuma, cobrindo a superfície do líquido, é capaz de prevenir a desprendimento de vapores durante varias horas, porém, quando o seu conteúdo de água é drenada, torna-se mais vulnerável à decomposição mecânica. A capa pode ser retirada após um período conveniente de tempo e, freqüentemente, não afeta o produto com o qual entra em contato.
A espuma pode ser também usada para proteger estruturas e equipamentos contra a radiação térmica. Devido à sua opacidade quando aplicada a superfícies sólidas, a espuma reflete calor sendo que a lenta evaporação do seu conteúdo de água exerce efeito resfriador.
A espuma serve ainda para reduzir ou interromper a geração de gases tóxicos de líquidos e sólidos. Pode ser também usada para encher cavidades ou espaços encerrados, onde se podem acumular gases tóxicos ou vapores inflamáveis.
e) Uso em derivados de petróleo
O uso mais importante da espuma é no combate a incêndios nos derivados do petróleo do tipo da gasolina, com altas pressões de vapor e baixo ponto de fulgor. A espuma é o único agente extintor permanente usado para incêndios deste tipo e sua aplicação suave às superfícies inflamadas permite se extinguirem as chamas progressivamente, consolidando seu progresso até a extinção completa.
A espuma pode ser também usada para cobrir áreas expostas com inflamáveis e prevenir, assim, o desprendimento de vapores que poderiam incendiar-se. Os riscos de derrames são rapidamente controlados, mediante a aplicação da espuma.
Grandes áreas expostas com gasolina inflamada, como, por exemplo, no caso de desastres de aviação, na decolagem ou no pouso, exigem a aplicação de grandes volumes de espuma, afim de extinguir o incêndio ou, ainda, possibilitar os trabalhos de salvamento. A espuma é também usada, ocasionalmente, nas pistas dos aeroportos, para reduzir o risco de centelhas geradas por atrito, quando uma aeronave necessita pousar com as partes metálicas inferiores da fuselagem.
f) Limitações da espuma
A espuma não é considerada agente adequado para incêndios que envolvam gases liquefeitos de petróleo (GPL), como por exemplo, butano, propano, butadieno, etc.
Senso comum deve ser usado quando se aplica espuma em recipientes contendo produtos quentes, cuja temperatura esta acima do ponto de ebulição da água, seja por circunstâncias normais, ou devido à exposição ao fogo.
Pode ser desaconselhável o uso de espuma em tanques contendo óleos de alta viscosidade, tais como o "Bunker Oil" (óleo combustível para navios), os quais tenham permanecido em combustão durante um período prolongado. Em tais circunstancias, a água da espuma pode agitar violentamente o óleo e causar seu transbordamento.
A espuma é condutora de eletricidade; portanto; Jatos plenos deste agente extintor não devem ser usados contra incêndios em equipamentos elétricos energizados.
g) Espuma de alta expansão
Outro procedimento de produção de espuma utiliza a chamada espuma de "alta expansão" ou "espuma leve" ("HI-EX"). A sigla "HI-EX" é formada pelas letras iniciais das palavras inglesas "High-Expansion" (em português "alta expansão").
O produto difere essencialmente daquele cita da anteriormente, devida a uma expansão mais ampla da mistura, forma da par um agente espumante e a água.
Enquanto que são necessários 160 1itros de solução (água + líquido gerador) para produzir 1m3 de espuma comum, o mesmo resultado atualmente é obtido com 1 litro de solução com novo agente (água + 15 cc do líquido gerador).
“A “HI-EX”, ou espuma de alta expansão, é simplesmente constituída por uma emulsão ou espuma de sabão”, composta de bolhas de ar envoltas por um detergente e água.
Nos geradores, cuja potência depende da força motriz empregada, o agente espumante é aspirado do mesmo modo nos equipamentos comuns de espuma; a mistura atravessa uma tela e a seguir é lançada por meio de um ventilador, que se liga a um tubo de tecido leve (nylon), cujo diâmetro pode ultrapassar 1 metro.
Os geradores são unidades portáteis, podendo ser transportados a qualquer ponto de aplicação. Nas fabricas, conforme os riscos podem ser instalados em posições fixas.
Este tipo de espuma é especialmente adequado para combater incêndios no interior de prédios ou navios, para sufocar incêndios em subsolos, almoxarifados ou locais de difícil acesso.
O problema do surgimento de água pode ser resolvido por meio deste procedimento, devido a pequena quantidade que é necessária para produzir a espuma; deve ser também destacada a fato, multo importante, de que os estragos causados pela água são reduzidos ao mínimo.
Tendo em vista o aumento dos riscos de incêndios, devido ao uso crescente de novos combustíveis nas indústrias não há duvida de que este tipo de espuma constitui um meio de extinção de grande eficácia, sendo de destacar que não apresenta nenhum risco à saúde, não ataca metais, não é caustica, nem corrosiva.
Devido ao fato de que é possível produzir este tipo de espuma rapidamente, e em grande quantidade, o enchimento de grandes espaços nos edifícios ou navios é obtido facilmente e em pouco tempo, podendo-se atingir todos os locais, a menos que haja paredes divisórias sem aberturas de comunicação entre os riscos.
Tendo em vista a aplicação da espuma em grandes volumes, é lógico perguntar-se o que poderá ocorrer ao material estocado no interior de um prédio ou navio.
Imaginemos que uma casa comum, ou um local com um espaço de 500 m³, sejam cheios de espuma; a quantidade de água empregada é de 500 litros. Esta quantidade está, porém, espalhada em todo o espaço, inclusive no mobiliário ou na carga.
Pode-se, então, supor que a dispersão da água é tal que os resultados ficam dentro dos limites aceitáveis e não será necessário leva-los em consideração.
Se enchermos completamente com a espuma um local com 2.500 m3 e a fecharmos, não ficarão muitos vestígios da espuma depois de algum tempo, pois estes desaparecerão após 24 horas. A espuma será absorvida e os 2.500 litros de água necessários para a produção serão, em grande parte, absorvidos ou evaporados.
A espuma de alta expansão é adequada para os incêndios das classes A e B e, sobretudo nos recintos de difícil acesso e em subsolos. É muito eficaz como meio de extinção auxiliar, tornando-se muito útil para os corpos de bombeiros oficiais e industriais, principalmente nos casos em que a fumaça e os gases nocivos tornam difícil o ataque ao fogo, quando há escassez de água, quando se querem evitar os estragos causados pela água ou ainda, nos casos em que o CO2 ou os outros meios de extinção não são eficazes.
No caso de grandes áreas incendiadas por líquidos inflamáveis, após ter sido aplicado o pó, a espuma evitará a reignição. Sendo compatível com o pó, oferece uma proteção eficaz contra a radiação do calor, isolando, abafando, resfriando e extinguindo o fogo completamente.

7.6- Agentes extintores de Gás Carbônico
O gás carbônico tem sido usado, desde há muitos anos, para a extinção de incêndios em líquidos inflamáveis e em equipamento elétrica energizado. As propriedades que tornam o gás carbônico conveniente para uso em certos incêndios, e as que limitam seu uso em outras ocasiões, são discutidas neste capitulo.

Propriedades que afetam a extinção dos incêndios.

O gás carbônico tem varias propriedades que recomendam sua aplicação na extinção de incêndios. Não é combustível e não reage com a maioria das substâncias. Tem sua própria pressão para a descarga do extintor ou do cilindro de armazenamento.
Sendo gás, pode penetrar e espalhar-se em todas as partes da área incendiada. No estado gasoso conduz eletricidade e pode ser, portanto, usado em equipamentos elétricos energizados.

  • Uso de gás carbônico
O gás carbônico é eficaz como agente de extinção, em primeiro lugar, porque reduz o conteúdo do oxigênio no ar a um ponto em que este deixa de apoiar a combustão. Em condições adequadas de controle e aplicação, obtém-se também certo efeito resfriador.
  • Extinção por abafamento
O gás carbônico é armazenado sob pressão no estado líquido e, quando liberado, descarrega-se para a área incendiada, principalmente em forma de gás. Em geral, 453 g (uma libra) de gás carbônico no estado líquido, pode, de acordo com as estimativas, produzir aproximadamente 0,240 m3 de gás livre, à pressão atmosférica. Quando aplicado em cima de materiais inflamados, cobre-os, diluindo o oxigênio a uma concentração em que este não pode apoiar a combustão.
  • Extinção por resfriamento
A expansão rápida do líquido para o estado gasoso, no momento da liberação do gás carbônico do cilindro de armazenamento produz um efeito resfriador, convertendo uma parte em neve. Esta neve rapidamente evapora, absorvendo a calor do material inflamado e da atmosfera ambiente. Entretanto, o volume do calor absorvido é relativamente pequeno, em comparação com o volume absorvido pela água.
c) Limitações do gás carbônico
O gás carbônico como agente extintor tem relativamente poucas limitações, as quais podem ser resumidas no seguinte: toxicidade, superfícies quentes e brasa, materiais contendo oxigênio e metais pirofóricos.
  • Toxicidade
Embora o gás carbônico não seja toxico, pode causar desmaios, e até a morte, quando está presente em concentrações necessárias para a extinção de incêndios. Isto se deve a asfixia e não ao efeito toxico.
A concentração de aproximadamente 9 % é o máximo que a maioria das pessoas pode respirar, sem desmaiar em poucos minutos. A concentração de mais ou menos 20 % pode ser fatal, a menos que a vítima seja imediatamente transferida para ambiente ventilado.
A respiração artificial, em geral, dá resultado satisfatório, graças à natural tendência do gás carbônico em estimular a respiração.
Em geral, o risco não é grande, porque uma pessoa não desmaia aspirando concentrações fortes, apenas durante o tempo necessário para se retirar da área. Porém, o risco pode ser mais grave em caso de recintos maiores e quando o gás carbônico entra em áreas como poços, valas, etc.
  • Superfícies quentes e brasa
Incêndios aparentemente extintos com o uso do gás carbônico podem reiniciar-se após a dissipação da atmosfera abafadora, caso permaneçam no local brasa ou superfícies metálicas aquecidas. Nestas circunstancias, poderá ser necessária reduzir o conteúdo de oxigênio para, aproximadamente, 6% e manter esta concentração durante um período de tempo prolongado, até que a brasa e/ou superfícies quentes se resfriem abaixo da temperatura de ignição do combustível. Em alguns casos, o resfriamento do material poderá exigir horas e até dias, período durante o qual deverá ser conservada a concentração da gás carbônico.
  • Material contendo oxigênio
O gás carbônico não é eficaz como agente extintor em incêndios envolvendo substancias química que contém oxigênio, como, por exemplo, o nitrato de celulose,
  • Metais pirofóricos
Incêndios em metais pirofóricos, tais como sódio, potássio, magnésio, titânio e zircônio, não podem ser extinto com gás carbônico. Estes metais decompõem o CO2.
7.7- Agentes extintores químicos secos
O termo agente químico seco refere-se aos pós extintores com base em bicarbonato, os quais são usados, em primeiro lugar, para extinguir incêndios das Classes B e C. "Agente químico seco universal", refere-se a pós extintores com base em fosfato de amônia, os quais têm sido considerados eficazes para uso em incêndios das Classes A B e C. O termo agente químico seco e agente químico seco universal não deve ser confundido com “pó seco”, termo usado para identificar agentes pulverizados, elaborados primariamente para uso em incêndios de metais pirofóricos.

a) Propriedades extintoras
Ao ser aplicado diretamente na área do incêndio, o agente químico seco faz com que as chamas se apaguem completamente, no momento. Não é conhecido definitivamente o mecanismo exato e o principio químico da ação extintora. Abafamento, resfriamento e isolamento contra a radiação contribuem para a eficácia extintora do agente, porém estudos recentes parecem indicar que uma reação desagregadora em cadeia, na chama, pode ser a causa principal da extinção.
  • Ação abafadora
Tem sido opinião geral, desde há anos, que propriedades extintoras das agentes químicos secos baseiam-se principalmente na ação abafadora do gás carbônico, liberado quando o bicarbonato de sódio é aquecido pelas chamas. O gás carbônico, sem duvida, contribui para a eficácia do agente químico seco, da mesma forma como o volume do vapor de água, liberado quando se aquece a agente químico seco, porem, os testes, em geral, contradizem a opinião de que estes gases são fatores de maior importância. Por exemplo, foi demonstrado que 2 Kg de agente químico seco são tão eficazes como 4,5 Kg de gás carbônico. Considerando o fato de que, mesmo se todo o agente químico se decomponha e uma determinada quantidade produza apenas 26% (peso) de gás carbônico, é evidente que o agente químico seco não extingue primariamente devido aos efeitos abafadores. Como prova adicional contra a teoria da ação abafadora, foi apontado o fato de que certos sais pulverizados que não liberam gás carbônico, vapor de água, ou outros gases, quando os sais são aquecidos (por exemplo, carbonato de sódio), são agentes eficazes de extinção.
  • Ação resfriadora
A ação resfriadora do agente químico seco não pode ser apontada como um fator importante na extinção rápida de incêndios. Uma tese, elaborada por C.S.McCamy, H. Shoub, e T.C.Lee, e baseado em estudos das capacidades térmicas de vários pós, testados quanto à eficácia da extinção, contém estimativas da quantidade necessária de calor, a fim de aumentar a temperatura de quantidades de igual peso, de vários materiais, de 18º C para 300º C. Dois agentes extintores que os autores verificaram ser iguais quanto à eficácia extintora - um agente químico seco contendo 95%, ou mais, de bicarbonato de sódio e bórax com 2% de estearato de zinco - absorve 259 e 463 calorias por grama, respectivamente. O bicarbonato de sódio, que foi só levemente inferior na eficiência da extinção, absorveu, de acordo com uma estimativa, 79 calorias por grama, ao ser aquecido de 18º C para 300º C. A tese em que este trabalho é relatado tem o título de "Fire Extinguishment by Means of Dry Powder", (Extinção de Incêndio com Pó Seco) e foi publicado pela Reinhold Publishing Company, 430 Park Avenue, New York 22, N.Y. , numa coleção de teses apresentadas no Sexto Simpósio sobre a combustão.
  • Isolamento da radiação
A descarga de um extintor de agente químico seco produz uma nuvem de pó entre a chama e o combustível. Supõe-se que esta nuvem isole o combustível de uma parte do calor radiado pelas chamas. McCamy, Shoub e Lee, ao relatarem seus testes de avaliação deste fator, concluíram que o fator isolamento é de alguma importância.
  • Reação desagregante em cadeia
A teoria da reação em cadeia na combustão foi apresentada por alguns pesquisadores para fornecer a chave ao que possa ser este fator desconhecido na extinção. Esta teoria assume a presença de radicais livres na zona de combustão e indica que as reações destas partículas são necessárias para a combustão continua. Caso assim seja, pode ser que a descarga de uma nuvem de agente químico seco nas chamas impeça a união das partículas reativas e a continuação da recaio em cadeia na combustão.
b) Uso
O agente químico seco tem sido apreciado pela sua eficácia na extinção de incêndio em liquido inflamáveis. Recomenda-se também para uso em incêndios que envolvam alguns tipos de equipamento elétrico, tendo ainda certa aplicação, limitada, na extinção superficial de incêndios de combustíveis comuns.
O agente químico seco universal pode ser usado em incêndios de materiais combustíveis comuns, em líquidos inflamáveis e em incêndios que envolvam equipamentos elétricos.
c) Limitações dos agentes químicos secos
O agente químico seco não produz atmosfera inerte permanente acima da superfície dos líquidos inflamáveis. Portanto, não extingue o incêndio permanentemente, caso existam no local, fontes de reignição, como, por exemplo, superfícies metálicas quentes.
Não deve ser usado em locais onde estão situados relês e contatos elétricos delicados, como, por exemplo, em centrais telefonias, porque neste tipo de instalações as propriedades isolantes do agente poderiam tornar inoperante o equipamento.
7.8 -Agentes extintores halogenados
Os agentes extintores halogenados são os compostos que tem na sua composição química carbono mais o Flúor, Cloro, Bromo ou iodo. Este ultimo elemento pode ser de custo elevado, e é pouco usado. Existem dois tipos de agente: o liquido vaporizante e o gás liquefeito, ambos expelidos mediante um propelente gasoso, como por exemplo, o nitrogênio.
O tetracloreto de Carbono foi o primeiro agente extintor deste grupo a ser usado.
Entretanto, por serem seus gases venenosos, o seu emprego torna-se cada vez mais restrito. Pelo mesmo motivo, o uso de Brometo de Metila ficou também reduzido.
O Clorobromometano foi introduzido como agente extintor na aviação e marinha alemã durante a ultima guerra. É muito menos tóxico que os dois agentes acima. Estudos posteriores, nos E.U A., comprovaram que o Bromo é o comandante mais ativo da molécula halogenada.
a) Aplicação
Os agentes extintores halogenados são mais convenientes nas situações em que um incêndio pode ser controlado com o mínimo de danos e que o peso do agente e do equipamento extintor é de importância crítica. Por exemplo, o Bromotrífluorometano é utilizado nos sistemas de extinção de incêndios das aeronaves comerciais. Este agente que é um gás liqüefeito, tem dispersão imediata na área do incêndio, porém os jatos dos aparelhos extintores não alcançam grandes distancia.
O Clorobromometano é um "líquido vaporizante" o qual pode ser aplicado em forma de jato e que alcança distancias maiores do que o agente anterior. Sua dispersão na área do fogo, porém, é mais lenta e menos ampla.
b) Toxicidade
Uma vez que os agentes halogenados reagem com os fragmentos de moléculas do combustível, criam em certos casos com postos que são mais perigosos que o próprio agente. Por exemplo, o Tetracloreto de Carbono, em si muito toxico, gera, quando aplicado, o Fosgênio. Para se avaliar completamente o risco de toxicidade, deve ser considerada a eficiência relativa dos agentes halogenados individuais. Por exemplo, quanto mais eficiente o agente, menor será a quantidade a ser aplicada e mais rápida a extinção.
c) Fatores de corrosão
Alguns destes agentes apresentam o problema da corrosão. O Brometo de Metila corroí com severidade
o alumínio e suas ligas. Por outro lado, este agente tem um efeito corrosivo insignificante no aço inoxidável, mesmo que haja alta porcentagem de umidade. Entretanto, o Brometo de Metila, com a umidade, gera o ácido Hidrobromico, o qual em sua decomposição pode-se tornar altamente agressivo a certos metais.
O Clorobromometano seco (contendo máximo água 0,02 %) praticamente não ataca o aço, bronze e chumbo, porém de extrema importância controlar o conteúdo da umidade, porque, presença desta, o agente corroí o ferro. Como a maioria dos outros agentes contendo cloro e bronze, este agente corrói o alumínio, magnésio e zinco. O tetracloreto de carbono também é corrosivo especialmente na presença de umidade, ocasião em que gera o ácido clorídrico, atacando principalmente o ferro e outros metais.
Os agentes contendo flúor são mais estáveis. Entretanto, atacam de certo modo o bronze, especialmente na presença de umidade; o alumínio é afetado menos do que o aço. O método de operação dos extintores carregados com agentes halogenados é similar ao manuseio dos extintores carregados com água.
A aplicação destes agentes extintores atualmente é limitada a finalidades especificas, como nos aviões. Não tem aplicação geral dos outros agentes já discutidos.

8. Resumo das informações
A Tabela 1 apresenta de forma condensada as informações do subitem anterior.
TABELA 1 - Agentes extintores por classe de incêndio.
Agentes Extintores
Água
Espuma
CO2
Pó Químico
Classes de incêndios
A
Papel Tecidos
Madeira Fibras
SIM
SIM
NÃO
**
NÃO
***
B
Óleo
Gasolina
Graxa
Tinta
G.L.P
NÃO
*
SIM
SIM
SIM
C
Equipamentos elétricos energizados
NÃO
NÃO
SIM
SIM
D
Magnésio
Zircônio
Titânio
NÃO
NÃO
NÃO
SIM
Pó químico especial
NOTA: Variante para Classe "D": Usar método de limalha de ferro fundido.
* Não é utilizada em jato pleno, porém pode ser usada sob a forma de neblina.
** Pode ser usado em seu inicio.
*** Há pós químicos especiais (Monec, ABC) que são eficientes nesta classe de incêndio.
9.Tipos de Equipamentos para Combate a Incêndios
Os mais utilizados são:
·        Extintores A, B, C
·        Hidrantes
·        Chuveiros automáticos ou outros.
9.1 - Extintores
Extintor de incêndio é um equipamento de segurança que possui a finalidade de extinguir ou controlar incêndios em casos de emergência. Em geral é um cilindro que pode ser carregado até o local do incêndio, contendo um agente extintor sob pressão.
9.2-Extintores Portáteis
São equipamentos utilizados para combater princípios de incêndio, são leves e potentes. Alta capacidade extintora.
  CARACTERÍSTICAS
São equipamentos que utilizam agentes extintores à base:
·       Pó BC
·       Gás carbônico
·       Água e espuma mecânica
·       Pó químico ABC (á base de fosfato Monoamînico)
·       Pó químico BC (á base de bicarbonato de sódio)
Extintores Portáteis
·       Helatron I
·       Espuma AFFF
Oferecem melhor proteção em áreas de pequeno, médio e alto risco, tais como plantas químicas, de processamento de petróleo, armazéns e indústrias em geral

Extintor Carreta
Característica
Agente Extintor: Dióxido de Carbono (CO²)
Modelo: CO² 50kg
Peso (Kg): 188 (±3%)
Dados de desempenho:
Tempo de descarga(s) 57 (±10%)
Rendimento na posição vertical: 75% mínimo (no ponto do gás)
Capacidade Extintora:  40-B NBR 9444
9.3-Manutenção
Os extintores precisam ter sua carga renovada regularmente, em intervalos estabelecidos pelo fabricante. Em geral estes variam de um a três anos.
Em intervalos maiores o cilindro do extintor precisa passar por um teste hidrostático para determinar se ele possui vazamentos ou algum outro dano estrutural que prejudique o seu funcionamento. Há novos extintores que tanto o cilindro quanto sua carga vale cinco anos, e após o uso não tem mais utilização do cilindro como os antigos.
9.4-Instalação
A distância máxima a ser percorrida por uma pessoa do incêndio até o extintor varia com o risco de incêndio ao qual a construção está exposta. Em locais de risco alto não pode passar de 15 metros, e em locais de risco baixo pode chegar até a 25 metros. Isto orienta os engenheiros a como posicionar os extintores e quantos deles serão necessários.
Em locais de riscos isolados devem ser instalados extintores de incêndio, independente da proteção geral da edificação ou risco, tais como: Casa de caldeira; Casa de bombas; Casa de força elétrica; Casa de máquinas; Galeria de transmissão; Incinerador; Elevador (casa de máquinas); Ponte rolante; Escada rolante (casa de máquinas); Quadro de redução para baixa tensão; Transformadores; Contêineres de telefonia; Central de Gás; Gerador; Outros que necessitam de proteção adequada.
O extintor deve estar afixado na parede ou no chão, desde que esteja apoiado em um suporte apropriado. O local onde o extintor está instalado é necessário que esteja  sinalizado adequadamente com uma placa. Caso o piso seja rústico, deve haver uma marcação também no piso.
9.5-Outras considerações
Os extintores de incêndio devem estar em locais de fácil acesso. O ideal é que sejam colocados ao longo dos meios de acesso, incluindo as saídas das áreas protegidas.
As normas internacionais proíbem que os extintores sejam instalados em locais fora do visual. Em ambientes grandes e em locais onde a visão possa ser obstruída, podem ser empregadas marcações adicionais, tais como setas, luzes, sinais, anúncios, quadros, painéis coloridos, faixas, afixados nas paredes ou em colunas. Estes identificadores devem ser padronizados ao longo de todo o estabelecimento, de forma que todos os extintores sejam facilmente identificáveis. Além disso, devem ser instalados a uma altura acessível, de forma que os ocupantes possam removê-lo facilmente.
9.6-Distribuição Dos Extintores
As normas ISO 11602-1 e NFPA 10 apresentam como critérios para distribuição, a área a ser protegida e a distância percorrida ao extintor mais próximo:
·       Perigo Leve (Baixo) – A quantidade total de materiais combustíveis da Classe A é pequena, a maioria do conteúdo ou é não combustível ou está organizada de modo que seja improvável o incêndio se alastrar. Quantidades pequenas de inflamáveis da Classe B podem ser incluídas, desde que estejam em recipientes fechados e armazenados seguramente.
·       Perigo Ordinário (Moderado) –: A quantidade total de materiais combustíveis da Classe A e inflamáveis da Classe B se apresentam em maior número que o esperado para ocupações de perigo leve (baixo). Exemplos incluem áreas de refeitórios, mercados, fábricas de pequeno porte, operações de pesquisa.
·       Perigo Extraordinário (Alto) – A quantidade total de materiais combustíveis da Classe A e inflamáveis da Classe B se apresentam acima do esperado em ocupações classificadas como perigo ordinário (moderado). Como exemplos temos: áreas industrias de madeira, oficinas de veículo, aeronaves, embarcações e cozinhas.
Quando foram estudadas as classes de fogo, foi apresentada uma tabela que indicava, de acordo com a classe de incêndio, o tipo de agente extintor a ser utilizado. É preciso conhecer muito bem cada tipo de extintor.
  • Extintor de espuma
Seu funcionamento se dá pela reação química entre duas substancias: o sulfato de alumínio e o bicarbonato de sódio dissolvidos em água.

O desenho ao lado mostra de modo simplificado este extintor. Dentro do aparelho, esta o bicarbonato de sódio e um agente estabilizador de espuma, normalmente o alcaçuz e num cilindro menor é carregado o sulfato de alumínio. Ao ser virado o extintor, as duas misturas vão se encontrar, acontecendo a reação química. O manejo é bastante simples:






1.O operador aproxima-se do fogo com o extintor na posição normal
2.Vira o extintor.
3. Dirige o jato para a base do fogo.
Quando o agente estabilizador não é colocado, a espuma formada pela reação rapidamente se dissolve, perdendo o seu efeito de abafamento. Nesses casos é utilizado apenas em incêndios classe A e é denominado "Carga Líquida".
No comercio são vendidos extintores de 10 litros ou carretas de 50, 75, 100 e 150 litros. Embora simples o extintor de espuma necessita de uma serie de cuidados para que, quando houver necessidade, ele possa ser usado eficazmente:
  • A cada 5 anos, deverá sofrer um teste hidrostático, em firma idônea. É um teste em que é usada a pressão da água para verificação da resistência do extintor à pressão que se forma dentro dele quando é usado.
  • A cada 6 meses, deverá ser descarregado e recarregado novamente.
  • Semanalmente, deverá sofrer inspeção visual e o bico do jato deverá ser desobstruído, desentupido, se for o caso.
É um extintor relativamente barato e dá uma boa cobertura, evitando que, num fogo já dominado, recomece a ignição, ou seja, que voltem as chamas.
A instalação de extintores deve obedecer à seguinte tabela:

Área coberta por
Unidade extintores
Risco de fogo
Distância máxima a ser percorrida
500 m²
Pequeno
20 m
250 m²
Médio
10 m
150 m²
Grande
10 m
Observação: Independentemente da área ocupada, deverão existir pelo menos dois extintores para cada pavimento.
A unidade extintora é calculada pela tabela:
Substâncias
Capacidade dos extintores
Número de extintores que constituem unidade extintora
Espuma
Água
10 litros
1
Gás carbônico
(CO2)
6 quilos
4 quilos
2 quilos
1 quilo
1
2
3
4
Pó químico
4 quilos
2 quilos
1 quilo
1
2
3

·        O local dos extintores deve ser sinalizado por um círculo ou seta pintada internamente de vermelho e borda de amarelo.
·        A área livre para os extintores deve ser pintado de vermelho, como mostram as figuras acima.
·        X = 1 metro, H = 1,60 metro (máximo)
9.7- Chuveiros Automáticos ("sprinklers")
O sistema de extinção de incêndios por chuveiros automáticos consiste na distribuição de encanamentos cujos diâmetros diminuem à proporção que se afastam do equipamento central.
Os bicos, sensíveis ao calor, à fumaça, ou a gases resultantes de um principio de combustão: são distribuídos pelas instalações industriais.
Automaticamente se abrem, permitindo a passagem do agente extintor, que pode ser água, gás carbônico ou halogenados.
Embora de alta eficiência, é um sistema com custo de instalação elevado.
Há unidades extintoras individuais, compreendendo o cilindro com o agente extintor e o bico de abertura automática.
9.9- Caixa de hidrante e Mangueira de Incêndio
As mangueiras de incêndio devem ser acondicionadas dentro dos abrigos em ziguezague ou aduchadas, conforme especificado na NBR12779/92, sendo que as mangueiras semi-rígidas podem ser acondicionadas enroladas, com ou sem uso de carretéis axiais ou em forma de oito, permitindo sua utilização com facilidade e rapidez. No interior do abrigo pode ser instalada a válvula angular, desde que seu manuseio e manutenção estejam corretos, o mesmo pode ser construído de materiais metálicos, de madeira, de fibra ou de vidro podendo ser pintados em qualquer cor, desde que sinalizados de acordo com as instruções técnicas. As mangueiras de incêndio, a tomada de água e a botoeira de acionamento da bomba de incêndio podem ser instaladas dentro do abrigo, desde que não impeçam a manobra ou a substituição de qualquer peça.
9.10-Dimensionamento do Sistema
O dimensionamento deve consistir na determinação do caminhamento das tubulações, os hidrantes e mangotinhos devem ser distribuídos do ponto da área a ser protegida seja alcançada por um esguicho, independente do procedimento de dimensionamento estabelecido, recomenda-se a utilização de esguicho reguláveis em função da melhor efetividade no combate.
9.11-Esguicho
O alcance do jato compacto produzido por qualquer sistema adotado não deve ser inferior a 8 metros, medido da saída do esguicho ao ponto de queda do jato, com o jato paralelo ao solo. O acionador do esguicho regulável, de alavanca ou de calor, deve permitir a modulação da conformação do jato e o fechamento total do fluxo. Cada esguicho instalado deve ser adequado aos valores de pressão disponível e de vazão de água, no ponto de hidrante considerado, para proporcionar o seu perfeito funcionamento.
9.12-Válvulas
As roscas de entrada das válvulas devem ser de acordo com a NBR6414/83 ou NBR12912/93, devem ter acoplamento de engate rápido, é recomendada a instalação de válvulas de bloqueio adequadamente posicionadas, com o objetivo de proporcionar manutenção em trechos da tubulação sem desativação do sistema.
9.13-Placas De Sinalização
São meios para identificar a onde se encontra os hidrantes e mangotinhos.
CONSIDERAÇÕES GERAIS:
A proteção por sistemas de hidrantes para as áreas de risco destinadas a parques de tanques ou tanques isolados atende ao sistema de resfriamento para líquidos e gases inflamáveis e combustíveis e ao sistema de proteção por espuma
10. Gases Liquefeitos De Petróleo (GLP)
O Gás Liqüefeito de Petróleo (GLP) é um combustível composto de carbono e hidrogênio. É incolor e inodoro e, para que possamos identificá-lo quando ocorrem vazamentos, é adicionado um produto químico que tem odor penetrante e característico (mecaptana, etilmercaptan). O GLP é muito volátil e se inflama com facilidade. No caso de vazamento, por ser mais pesado que o ar se deposita em lugares baixos, e em local de difícil ventilação o gás fica acumulado, misturando-se com o ar ambiente, formando uma mistura explosiva ou inflamável, dependendo da proporção. A válvula de segurança se romperá a mais ou menos à 70°C. O maior número de ocorrências de vazamentos se dá nos botijões de 13 kg, mais facilmente encontrado nas residências. No botijão de 1 kg por não ter válvula de segurança à risco de explosão. Normalmente, o vazamento se dá na válvula de vedação, junto à mangueira. O GLP oferece uma margem de segurança e o consumidor deve guiar-se pelas
Seguintes recomendações:
Somente instalar em sua casa equipamento aprovado e executado por uma companhia especializada no ramo;
Não usar martelo ou objeto semelhante para apertar a válvula de abertura dos botijões;
Não abrir o gás para depois riscar o fósforo;
Ao constatar qualquer vazamento, fazer o teste para verificar o local exato com espuma de sabão, nunca com fogo (chama);
Verificar sempre a validade e condição da mangueira e registro.

10.1- Como se comportar quando ocorrer um vazamento sem fogo

Desligar a chave geral da residência, desde que não esteja no ambiente gasado;
Acionar o Corpo de Bombeiros no telefone 193
Abandonar o local;
Ventilar o máximo possível a área;
Levar o botijão de gás para um lugar mais ventilado possível;
Durante a noite, ao constatarmos vazamento (odor) de gás, não devemos nunca acender a luz. Devemos fechar a válvula do botijão no escuro e em seguida ventilar o ambiente.

10.2 -Como se comportar quando ocorrer um vazamento com fogo

Não extinguir de imediato as chamas, a não ser que haja grandes possibilidades de propagação;
Apagar as chamas de outros objetos, se houver, deixando que o fogo continue no botijão, em segurança;
Em último caso, procurar extinguir a chama do botijão pelo método de abafamento, com um pano bem úmido. Para chegar perto do botijão, deve-se procurar ir o mais agachado possível para não correr o risco de se queimar, e levar o botijão para um local bem ventilado.

11. Normalização e Legislação

O capítulo V da CLT, conforme redação aprovada pela Lei 6.514 de dezembro de 1977 estabelece as condições mínimas exigidas para a execução de atividades produtivas.
 A Portaria 3.214, que aprova 28 Normas Regulamentadoras, complementa e explica as diretrizes da Lei 6.514.
Em particular, a Norma Regulamentadora n.º 23 (NR-23), apresenta os requisitos exigidos em relação à Proteção contra Incêndio. Alguns de seus itens são analisados neste trabalho, porém deverá haver uma preocupação em estudá-la com maior profundidade.
 Em termos de legislação, deve-se também procurar conhecer o que estabelece a legislação estadual, municipal, inclusive as normas do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) do Corpo de Bombeiros da localidade, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) entre outros.
Os aspectos principais abordados pela NR-23 são:
a)     Saídas
b)     Portas
c)     Escadas
d)     Ascensores
e)     Portas corta-fogo
f)       Combate ao fogo
g)     Exercícios de alerta
h)     Classes de fogo
i)       Extinção por meio de água
j)       Extintores (tipo, inspeção, quantidade, localização, sinalização),
k)      Sistemas de alarme
Em relação a extintores, existe obrigatoriedade de manutenção da ficha de controle, com um mínimo de informações (e apresentado modelo básico, que pode ser acrescido de outras, informações julgadas importantes; tal modelo deve ser entendido como recomendação). Essa ficha pode ser guardada no setor de Segurança, e dever ser apresentada sempre que solicitada pela fiscalização.
Citamos o exemplo da proibição de utilização de água em sistemas de chuveiros automáticos. O desenvolvimento dos itens posteriores permitirá fazer uma análise crítica dessa Norma.
12. Rota de Fuga
O planejamento das rotas e evacuação devera ser bem elaborado, levando-se em consideração das diretrizes nr 23e outras que venham a facilitar as saídas dos indivíduos dos locais atingidos. Toda empresa devera treinar seus funcionários dando base no que fazer em caso de incêndio. Quando houver deficientes físicos ou visuais devera ter uma pessoa especifica para acompanhamento destes funcionários especiais, tendo como auxilio chão sinalizado. Na nr 23 especifica as medidas de proteção contra incêndio que devem dispor os locais de trabalho, visando a prevenção da  saúde e da integridade física dos trabalhadores.
 NR 23 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
Todos locais de trabalho deverão possuir:
a) proteção contra incêndio;
b) saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço, em caso de incêndio;
c) equipamento suficiente para combater o fogo em seu início;
d) pessoas adestradas no uso correto desses equipamentos.
12.1- Saídas
Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas, de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança, em caso de emergência.
A largura mínima das aberturas de saída deverá ser de 1,20m (um metro e vinte centímetros).
O sentido de abertura da porta não poderá ser para o interior do local de trabalho.
Onde não for possível o acesso imediato às saídas, deverão existir, em caráter permanente e completamente desobstruído, circulações internas ou corredores de acesso contínuos e seguros, com largura mínima de 1,20m (um metro e vinte centímetros).
12.2 -Escadas 
Todas as escadas, plataformas e patamares deverão ser feitos com materiais incombustíveis e resistentes ao fogo.
12.3- Ascensores
Os poços e monta-cargas respectivos, nas construções de mais de 2 (dois) pavimentos, devem ser inteiramente de material resistente ao fogo.
12.4 –Portas Corta-Fogo 
As caixas de escadas deverão ser providas de portas corta-fogo, fechando-se automaticamente e podendo ser abertas facilmente pelos 2 (dois) lados.
12.5 –Combate ao Fogo
Tão cedo o fogo se manifeste, cabe:
 a) acionar o sistema de alarme;
b) chamar imediatamente o Corpo de Bombeiros;
c) desligar máquinas e aparelhos elétricos, quando a operação do desligamento não envolver riscos adicionais;
d) atacá-lo o mais rapidamente possível, pelos meios adequados.
13. Primeiros Socorros
Retirada do Local: O paciente pode ficar preso às ferragens de um veículo, escombros de um desabamento ou desacordado pela fumaça de um incêndio. Sua remoção imediata é, então, necessária. Assim procedendo, evita-se a sua morte, o que justifica processo de remoção até certo ponto perigoso, mas indispensável. O socorrista deve conduzir-se com prudência e serenidade, embora, em certas ocasiões, a retirada do paciente deve ser a mais rápida possível. Em certas circunstâncias, será necessário recorrer ao Corpo de Bombeiros e a operários especializados, a fim de libertar a vítima. Enquanto se espeta esse socorro, deve-se tranqüilizar a vítima, procurando estancar a hemorragia, se a houver, e recorrer a medidas que facilitem a respiração, já que em certas circunstâncias pode ser precário o teor de oxigênio da atmosfera local. Isso é muito importante para a sobrevivência do paciente.
 Posição do Acidentado: O decúbito dorsal, com o corpo estendido horizontalmente, é a posição mais aconselhável. A posição sentada favorece o desmaio e o choque, fato nem sempre do conhecimento do leigo. Quando a vítima está inconsciente, é preciso colocá-la de lado, ou apenas com a cabaça lateralizada, para que possa respirar melhor e não sofra asfixia no decurso do vômito. Havendo fratura da mandíbula e lesões da boca, é preferível colocar o paciente em decúbito ventral. Somente os portadores de lesões do tórax, dos membros superiores e da face, desde que não sofram desmaios.
 Identificação das Lesões: Estando o paciente em local adequado, deve-se, imediatamente, identificar certas lesões mais sérias, como ferimentos que sangram fratura do crânio, choque, anemia aguda ou asfixia, capazes de vitimar o paciente, se algo de imediato não for feito. Eis a orientação que se deve dar ao diagnóstico dessas lesões: (a) hemorragia, que se denuncia nas próprias vestes pelas manchas de sangue; basta, então, rasgar a fazenda no local suspeito, para que se localize o ferimento; (b) fratura do crânio, cujo diagnóstico deverá ser levantado quando o indivíduo, vítima de um acidente, permanece desacordado e, sobre tudo, se ele sangra pelo ouvido ou pelo nariz; (c) fratura de membros, posta em evidência pela deformação local, dificuldade de movimentos e dor ao menor toque da lesão; (d) fratura da coluna vertebral, quando o paciente apresenta paralisia de ambos os membros inferiores que permanecem dormentes, indolores, mas sem movimentos; (e) choque e anemia aguda, com o paciente pálido, pulso fraco, sede intensa, vista escura, suores frios e ansiedade com falta de ar; (f) luxação, tornando-se o membro incapaz de movimentos, doloroso e deformado ao nível da junta; (g) distorção, com dificuldade de movimento na articulação afetada, apresentando-se este bastante dolorosa e inchada; (h) queimadura, fácil de diagnóstico pela maneira que se produziu; resta verificar a sua extensão e gravidade, o que pode ser orientado pela queimadura das peças do vestuário que ficam carbonizadas em contato com o tegumento; no caso de queimadura generalizada, suspeitar, logo, de um estado de choque e não esquecer da alta gravidade nas crianças; (i) asfixia, que pode ocorrer nos traumatismos do tórax, de crânio, queimaduras generalizadas e traumatismo da face. Identifica-se esta condição pela coloração arroxeada da face (cianose), a dificuldade de respirar e de consciência que logo se instala.
 13.1-Medidas de Emergência
Após a identificação de uma das lesões já focalizadas, pode-se seguir a seguinte orientação: Estancar a hemorragia (Hemostásia): Quando a hemorragia é pequena ou venenosa, é preferível fazer uma compressão sobre o ferimento, utilizando-se um pedaço de gaze, um lenço bem limpo ou pedaço de algodão; sobre este curativo passa-se uma gaze ou uma tira de pano. Quando, todavia, a hemorragia é abundante ou arterial, começa por improvisar um garrote (tubo de borracha, gravata ou cinto) que será colocado uns quatro dedos transversos acima do ferimento, apertando-se até que a hemorragia cesse. Caso o socorro médico demore, cada meia hora afrouxa-se o garrote por alguns segundos, apertando-o novamente; na hemorragia pelas narinas basta comprimir com o dedo, externamente, a asa do nariz; finalmente, em caso de hemorragia pós-parto ou pós-aborto, deve-se colocar a paciente numa posição de declive, mantendo-se o quadril e os membros inferiores em nível mais elevado. Em casos excepcionais, o ferimento pode estar localizado numa região difícil de colocar um garrote; procede-se, então, pelo método da compressão ao nível da ferida; pode-se, inclusive, utilizar o dedo ou a mão, num caso de extrema hemorragia.
 Combater o choque e a anemia aguda: Começa-se por colocar o paciente, sem travesseiros ou qualquer suporte sob a cabeça, mantendo ou membros inferiores em nível mais elevado; removem-se todas as peças do vestuário que se encontram molhadas, para que não se agrave o resfriamento do enfermo; cobre-se, em seguida, o seu corpo com cobertores ou roupas de que se dispõe no momento, a fim de aquecê-lo. A vítima pode ingerir chá ou café quente se estiver consciente e sem vômitos; ao mesmo tempo, deve-se tranqüilizá-la, prometendo-lhe um socorro médico imediato e dizendo-lhe da vantagem de ficar imóvel. Mesmo no caso dos queimados, observa-se um resfriamento das extremidades do paciente, havendo necessidade de usar cobertores sobre o mesmo. Não convém esquecer-se, também, a sobreposição de cobertores do leito; embora o aquecimento do enfermo possa tornar-se perigoso, se provocar sudorese.
 Imobilizar as fraturas: O primeiro socorro essencial de um fraturado é a sua imobilização por qualquer meio; podem-se improvisar talas com ripas de madeira, pedaço de papelão, ou, no caso de membro inferior, calha de zinco; nas fraturas de membros superiores, as tipóias são mais aconselháveis. Quando o paciente é fraturado de coluna, a imobilização deve cingir-se ao repouso completo numa posição adequada, de preferência o decúbito dorsal com extensão do corpo.
 Vigiar a respiração: É muito importante nos traumatizados observar a respiração, principalmente quando eles se encontram inconscientes. A respiração barulhenta, entrecortada ou imperceptível deve despertar no observador a suspeita de dificuldade respiratória, com a possibilidade de asfixia. Começa-se por limpar a boca do paciente de qualquer secreção, sangue ou matéria vomitada, o que se pode fazer entreabrindo a boca da vítima e colocando uma rolha entre a arcada dentária a fim de, com o dedo envolvido em um lenço, proceder à limpeza. Em complemento, ao terminar a limpeza, lateriza-se a cabeça fecha-se a boca do paciente segurando-lhe a cabeça um pouco para trás. Isso permitirá que a respiração se faça melhor. Havendo parada respiratória, é preciso iniciar, imediatamente, a respiração artificial boca-a-boca ou por compressão ritmada da base do tórax (16 vezes por minuto). Não se deve esquecer que a ventilação do local com ar puro se torna muito importante para qualquer paciente chocado, anemiado ou asfíxico. Os fraturados da mandíbula, com lesões da língua e da boca, deverão ser colocados em decúbito ventral com a cabeça leterizada, para que a respiração se torne possível.
 Remoção de corpos estranhos: Os ferimentos que se apresentam inoculados de fragmentos de roupa, pedaços de madeira etc., podem ser lavados com água fervida se o socorro médico vai tardar; no caso, porém, de o corpo estranho estar representado por uma faca ou haste metálica, que se encontra encravado profundamente, é preferível não retirá-lo, pois poderá ocorrer hemorragia mortal. No caso de empalação, deve-se serrar a haste pela sua base e transportar o paciente para o hospital,
a fim de que lá seja removido o corpo estranho. Quando o corpo estranho estiver prejudicando a respiração, como no caso dos traumatismos da boca e nariz, cumpre fazer tudo para removê-lo de modo a favorecer a respiração. Não se deve esquecer que os pequenos corpos estranhos (espinhos de roseira, farpas de madeira, espinhos de ouriço-do-mar) podem servir de veículo para o bacilo de tétano, o que poderá ser fatal.
 Socorro ao queimado: Faz-se necessário considerar as queimaduras limitadas e as generalizadas. No primeiro caso, o socorro urgente consistirá em proteger a superfície queimada com gaze ou um pano limpo; no segundo caso, o choque deve ser a primeira preocupação. Deve-se pensar nele mesmo antes que se instale, cuidando logo de colocar o paciente em repouso absoluto, protegê-lo contra o resfriamento, fazê-lo ingerir bebidas quentes e tranqüilizá-lo. Nesse último caso, o tratamento local ocupa um segundo plano. Eis um resumo do tratamento local das queimaduras: (a) queimadura do 1º grau: protege-se a superfície queimada com vaselina esterilizada ou pomada analgésica; (b) queimadura do 2º grau: evitar a ruptura das bolhas, fazendo um curativo com gaze esterilizada em que se pode estender uma leve camada de pomada antisséptica ou com antibiótico; a seguir, o curativo precisa ser resguardado com algodão; quando a superfície queimada se acha suja com fragmentos queimados etc., torna-se necessária uma limpeza com sabão líquido ou água morna fervida, utilizando-se, para isto, uma compressa de gaze; enxuga-se em seguida a superfície queimada, fazendo-se um curativo com pomada acima referida; no caso de queimaduras poluídas com resíduos queimados, haverá necessidade de um antibiótico e de soro antitetânico. A renovação do curativo só deve ser feita cinco a sete dias depois, a não ser que haja inflamação, febre e dor; para retirá-lo basta umedecer com soro fisiológico morno ou água morna fervida; (c) queimadura do 3º grau: o tratamento é igual a queimadura do 2º grau; o problema principal é a limpeza da superfície queimada, quando esta se encontra poluída por resíduos carbonizados; neste caso, pode-se empregar sabão líquido e água ou soro fisiológico mornos; (d) recomendações especiais: as queimaduras do rosto e partes genitais devem receber curativos de vaselina esterilizada; as queimaduras de 30% do corpo, sobretudo do tronco, e, principalmente, na criança, estão sujeitas ao choque e mesmo à morte do paciente; exigem, portanto, um tratamento no hospital, de preferência em serviços especializados. As complicações mais terríveis das queimaduras são: inicialmente, o choque; posteriormente, as infecções, inclusive tetânica, a toxemia com graves distúrbios gerais, e, finalmente, as cicatrizes viciosas que deformam o corpo do paciente e provocam aderências.
 Socorro aos contaminados por raiva: Os indivíduos com ferimentos produzidos por animais com hidrofobia (cão, gato, morcego etc.) devem Ter seus ferimentos tratados de maneiro já referido no item de feridas; há, todavia, um cuidado especial na maneira de identificar a raiva no animal agressor, como também de orientar i paciente, sem perda de tempo, para que faça o tratamento anti-rábico imediato; a rapidez do mesmo será tanto mais imperiosa quanto maior o número de lesões produzido e quanto mais próximo da cabeça tais ferimentos.
 Socorro ao asfixiado: Em certos tipos de traumatismo como aqueles que atingem a cabeça, a boca, o pescoço, o tórax; os que são produzidos por queimaduras no decurso de um incêndio; os que ocorrem no mar, nos soterramentos etc. poderá haver dificuldade respiratória e o paciente corre mais risco de morrer pela asfixia do que pelas lesões traumáticas. Nesse caso, a identificação da dificuldade respiratória pela respiração barulhenta nos indivíduos inconscientes, pela falta de ar de que se queixam os conscientes, ou ainda, pela cianose acentuada do rosto e dos lábios, servirá de guia para o socorro à vítima. A norma principal é favorecer a passagem do ar através da boca e das narinas; colocar, inicialmente, o paciente em decúbito ventral, com cabeça baixa, desobstruir a boca e as narinas, manter o seu pescoço em linha reta, mediante a projeção do queixo para trás, o que se poderá fazer tracionando a mandíbula com os dedos, como se fora para manter fechada a boca do socorrido; se houver vômitos, vira-se a cabeça da vítima para o lado até que cessem, limpando-lhe a boca em seguida. Não se deve esquecer de colocar o paciente em ambiente de ventilação adequada e ar puro. A parada respiratória requer imediata respiração artificial, contínua e incessante, num ritmo de 16 vezes por minuto, até que chegue o socorro médico, não importando que atinja uma hora ou mais.
 Transporte do paciente: Algumas vezes é indispensável transportar a vítima utilizando meios improvisados, a fim de que se beneficie de um socorro médico adequado; em princípio, o leigo não deverá fazer o transporte de qualquer paciente em estado aparentemente grave, enquanto estiver perdendo sangue, enquanto respirando mal, enfim, enquanto duas condições não pareçam satisfatórias. O transporte pode por si só causar a morte de um paciente traumatizado. Tomando em consideração essas observações, deve-se verificar as condições gerais do enfermo, o veículo a ser utilizado, o tempo necessário ao transporte. Havendo meios de comunicação, será útil pedir instruções ao hospital mais próximo. Estabelecida a necessidade do transporte, torna-se necessário observar os seguintes detalhes: (a) remoção do paciente para o veículo, o que deverá ser feito evitando aumentar as lesões existentes, sobretudo no caso de fratura de coluna e de membros; em casos especiais, o transporte pode ser feito por meio de veículos a motor, padiolas e, mais excepcionalmente por avião; (b) veículo utilizado: deve atender, em primeiro lugar, ao conforto do paciente; os caminhões ou caminhonetes prestam-se melhor a esse mister; (c) caminho a percorrer: é desnecessário encarecer a importância do repouso dos traumatizados, evitando abalos durante o transporte; pode ser necessário sustá-lo, caso as condições do enfermo se agravem; (d) acompanhante: a vítima deve ser acompanhada por pessoa esclarecida que lhe possa ser útil durante a viagem; (e) observação: o transporte em avião constitui um dos melhores pela ausência de trepidação e maior rapidez; todavia, a altitude pode ser nociva para pacientes gravemente traumatizados de tórax, sobretudo se estiverem escarrando sangue ou com falta de ar.
14. Brigada de incêndio
O QUE É BRIGADA DE INCÊNCIO?
É um grupo de pessoas voluntárias ou não, as quais são treinadas:
1 – Atuar na prevenção de incêndios
2 – Combate a principio de incêndio
3 – Primeiros socorros
4 – Abandono de área
Na nbr 14276 fala sobre a brigada de incêndio tem objetivo de estabelecer os requisitos mínimos para a composição, formação, implantação e reciclagem das brigadas de incêndio, preparando-as para atuar na prevenção e no controle do principio de incêndio, abandono de área e primeiros socorros visando, em caso de sinistro ,proteger a vida e o patrimônio, reduzir as conseqüências do sinistros os danos ao meio ambiente 
QUAIS OS OBJETIVOS DO CURSO DE BRIGADA DE INCÊNDIO?
1 – Recrutamento dos Brigadistas
2 – Treinamento dos Brigadistas
2.1 – Histórico do Fogo
2.2 – Noções dos tipos de extintores
2.3 – Técnicas de combate de incêndio
2.4 – Exercícios de combate ao incêndio
2.5 – Simulação de abandono de área
Os membros da Brigada de Incêndio devem fazer um curso de reciclagem enfocando principalmente os riscos inerentes ao grupo de ocupação.
A periodicidade do treinamento deve ser de 12 meses ou quando houver alteração de 50% dos membros da brigada.
O curso de treinamento deve ter carga horária mínima de 12 horas, abrangendo as partes teóricas e pratica e carga horária de 4 horas enfocando apenas a parte de prevenção e combate a incêndio.
Para as edificações enquadradas no risco alto o curso deve ter carga horária mínima de 16 horas-aula.
ATRIBUIÇÕES DA BRIGADA DE INCÊNDIO
1 – Avaliação dos riscos existentes
2 – Inspeção geral dos equipamentos de combate a incêndio
3 – Inspeção geral das rotas de fuga
4 – Elaboração de relatório das irregularidades encontradas;
5 – Encaminhamento do relatório aos setores competentes;
6 – Orientação à população fixa e flutuante;
7 – Exercícios simulados;
8 – Ações de emergência:
8.1 – Identificação da situação;
8.2 – Alarme/abandono de área;
8.3 – Acionamento do Corpo de Bombeiros e/ou ajuda externa;
8.4 – Corte de energia
8.5 – Primeiros socorros;
8.6 – Combate ao principio de incêndio;
8.7 – Recepção e orientação ao Corpo de Bombeiros;
8.8 – Preenchimento do formulário de registro de trabalho dos bombeiros;
8.9 – Encaminhamento do formulário ao Corpo de Bombeiros para atualização de dados estatísticos.
PROCEDIMENTOS BÁSICOS DA EMERGÊNCIA
1 – Alerta: identificada uma situação de emergência, qualquer pessoa pode alertar, através dos meios de comunicação disponíveis, os ocupantes e os brigadistas.
2 – Análise da situação: após o alerta, a brigada deve analisar a situação, desde o inicio até o final do sinistro, havendo necessidade, acionar o Corpo de bombeiros e apoio externo, e desencadear os procedimentos necessários, que podem ser priorizados ou realizados simultaneamente, de acordo com o número de brigadistas e os recursos disponíveis no local.
3 – Primeiros socorros: prestar primeiros socorros às possíveis vitima, mantendo ou restabelecendo suas funções vitais com SBV (suporte básico da vida) e RCP (Reanimação Cardiopulmonar) até que se obtenha o socorro especializado.
4 – Corte de energia: cortar, quando possível ou necessário, a energia elétrica dos equipamentos, da área ou geral.
5 – Abandono de área: proceder ao abandono da área parcial ou total, quando necessário, conforme comunicação preestabelecida, removendo para local seguro, a uma distância mínima de 100 metros do local do sinistro, permanecendo até a definição final.
6 – Confinamento do sinistro: evitar a propagação do sinistro e suas conseqüências.
7 – Isolamento da área: isolar fisicamente a área sinistrada, de modo a garantir os trabalhos de emergência e evitar que pessoas não autorizadas adentrem ao local.
8 – Extinção: eliminar o sinistro, restabelecendo a normalidade.
9 – Investigação: levantar as possíveis causas do sinistro e suas conseqüências e emitir relatório para discussão nas reuniões extraordinárias, com o objetivo de propor medidas corretivas para evitar a repetição da ocorrência.
EXERCICIOS SIMULADOS
Deve ser realizados, a cada 6 meses, no mínimo um exercício simulado no estabelecimento ou local de trabalho com participação de toda a população, onde deve-se ser observado os seguintes itens:
1 – Horário do evento;
2 – Tempo gasto no abandono;
3 – Tempo gasto no retorno;
4 – Tempo gasto no atendimento de primeiros socorros;
5 – Atuação da Brigada;
6 – Comportamento da população;
7 – Participação do Corpo de Bombeiros e tempo gasto para sua chegada;
8 – Ajuda externa (PAM – Plano de Auxílio Mútuo);
9 – Falhas de equipamento;
10 – Falhas operacionais;
11 – Demais problemas levantados.
Imediatamente após o simulado, deve ser realizada uma reunião extraordinária para avaliação e correção das falhas ocorridas.
RECOMENDAÇÕES GERAIS
Em caso de simulado ou incêndio, adotar os seguintes procedimentos:
Manter a calma;
Caminhar em ordem sem atropelos;
Não correr e não empurrar;
Não gritar e não fazer algazarras;
Não ficar na frente de pessoas em pânico, se não puder acalmá-las, evite-as. Se possível avisar um brigadista;
Todos os empregados, independente do cargo que ocupar na empresa, deve seguir rigorosamente as instruções do brigadista;
Nunca voltar para apanhar objetos, ao sair de um lugar, fechar as portas e janelas sem trancá-las;
Não se afastar dos outros e não parar nos andares;
Levar consigo os visitantes que estiverem em seu local de trabalho;
Sapatos de salto alto devem ser retirados;
Não acender ou apagar luzes, principalmente se sentir cheiro de gás;
Deixar a rua e as entradas livres para a ação dos bombeiros e do pessoal de socorro médico;
Ver como seguro local pré-determinado pela brigada e aguardar novas instruções.

15. Roteiro de Simulação de Combate a Incêndio

1º Passo
Materiais necessários para Simulação de sinistro com fogo.            
Disponibilizar materiais para área.
Recipientes (tambores) para fogo classe B e armação para classe A.
Gasolina, óleo diesel, graxa, borracha, tintas, etc. (fogo classe B)
Madeira, papel, tecidos, fibra, etc. (fogo classe A)
Tocha para ignição (bastão, estopa, querosene)
Extintores PQS ou CO² para fogo de classe B e C e água pressurizada para fogo de classe A

2º Passo
Conduzir os colaboradores até o local, fazendo um circulo ao redor da simulação, deixando um espaço livre no centro de aproximadamente 5(cinco) metros de raio.

3º Passo
Disponibilizar uma pessoa para acender o fogo dos tambores e armação.

4º Passo
Transportar os extintores até as proximidades do fogo, podendo ser levado arrastado pelo gatilho depois formar uma linha de pessoas com os extintores apropriados a frente de cada classe de fogo, para iniciar a simulação da classe A (água pressurizada) devemos deixá-los no chão soltar a trava de segurança e apontar o mangotinho para a base do fogo apertando o gatilho. Para a classe B e C deixá-los no chão retirar o pino de segurança, apontar o difusor para a base da chama e apertar o gatilho, movimentando o difusor de um lado para o outro até a extinção do fogo. O extintor de CO² deve ser manipulado entre o difusor e a boca do jato. Os extintores vazios deverão ser colocados deitados para identificar que foram utilizados.
O treinamento do pessoal deverá ser personalizado, pois cada local oferece condições diferentes de trabalho no combate a incêndio. Este deverá envolver exercícios práticos com os equipamentos existentes. A instalação do sistema de proteção deve acompanhar as normas que fazem parte das leis principais e decreto estadual que regulamentam e padronizam.

16. Plano de Emergência Contra Incêndio

Estabelecer as condições mínimas para a elaboração de um Plano de Emergência Contra Incêndio, visando proteger a vida e o patrimônio, bem como reduzir as conseqüências sociais do sinistro e os danos ao meio ambiente. Aplicável para toda e qualquer edificação.      

Referências normativas
As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições para melhor serem descritas. As edições indicadas estão em vigor no momento da publicação. Como toda norma está sujeita a revisão, recomenda-se aqueles que realizam acordos com base nesta que verifiquem a conveniência de se usarem as edições mais recentes das normas citadas a seguir.
NBR 14.276/99 Programa de Brigada de Incêndio
Portaria Ministerial (MTb) 3.214/78 - NR-23

Definições
Aplicam-se as seguintes definições:
Emergência: Sinistro ou risco iminente que requeira ação imediata.
Plano de emergência contra incêndio: Plano estabelecido em função dos riscos da empresa, para definir a melhor utilização dos recursos materiais e humanos em situação de emergência.
Risco: Possibilidade de perda material ou humana.
Risco iminente: risco com ameaça de ocorrer brevemente e que requer ação imediata.
Sinistro: Ocorrência de prejuízo ou dano, causado por incêndio ou acidente, em algum bem.
Profissional habilitado: Profissional com formação em Segurança do Trabalho, devidamente registrado nos órgãos e conselhos competentes.

Condições Gerais
O plano de emergência contra incêndio deverá ser elaborado por pessoal profissional.
 Recursos Materiais
A edificação deverá estar em acordo com as normas técnicas oficiais e a legislação vigente de cada estado.

Recursos Humanos
Os procedimentos de emergência contra incêndio serão executados por profissional da área de segurança do trabalho, por bombeiro profissional civil, por componente da brigada de incêndio, por pessoal da segurança patrimonial e/ou por pessoal da área da manutenção, conforme definido no Plano de Emergência Contra Incêndio da edificação.

Procedimentos
Os procedimentos de emergência contra incêndio estão relacionados numa seqüência lógica, de forma a serem executados por, no mínimo, uma pessoa.

Alerta
Identificada uma situação de emergência, qualquer pessoa pode alertar, através dos meios de comunicação disponíveis, os ocupantes, os brigadistas, os bombeiros profissionais civis e apoio externo, inclusive o Corpo de Bombeiros.

Análise da Situação
Após o alerta, deverá ser analisada a situação, desde o início até o final do sinistro, e desencadear os procedimentos necessários, que podem ser priorizados ou realizados simultaneamente, de acordo com os recursos materiais e humanos, disponíveis no local.

Primeiros Socorros
Prestar primeiros socorros às possíveis vítimas, mantendo ou restabelecendo suas funções vitais com SBV (suporte básico da vida) e RCP (reanimação cardio-pulmonar), até que se obtenha o socorro especializado.

Corte de Energia
Cortar, quando possível ou necessário, a energia elétrica dos equipamentos, da área ou geral.

Abandono de Área
 Proceder ao abandono da área parcial ou total, quando necessário, conforme comunicação preestabelecida, removendo para local seguro, permanecendo até a definição final.

Isolamento da Área
Isolar fisicamente a área sinistrada, de modo a garantir os trabalhos de emergência e evitar que pessoas não autorizadas adentrem ao local.

Confinamento do Sinistro
Confinar o sinistro de modo a evitar a sua propagação e conseqüências.

Combate
Proceder o combate, quando possível, até a extinção do sinistro, restabelecendo a normalidade.

Investigação
Levantar as possíveis causas do sinistro e suas conseqüências e emitir relatório, com o objetivo de propor medidas preventivas e corretivas para evitar a repetição da ocorrência.
Nota: Para melhor entendimento dos procedimentos de emergência contra incêndio, deve-se consultar o fluxograma  a seguir.

Controle do plano de emergência contra incêndio
Devem ser realizadas reuniões com o coordenador geral da Brigada, o(s) chefes(s) da Brigada, o chefe do(s) bombeiro(s) profissional(is) civil(is) e um representante do grupo de apoio, com registro em ata e envio às áreas competentes para as providências pertinentes.

Reunião ordinária (mensal)
Na reunião ordinária devem ser discutidos os seguintes itens:
 Funções de cada pessoa dentro do plano de emergência contra incêndio;
Condições de uso dos equipamentos de combate a incêndio;
Apresentação dos problemas relacionados à prevenção de incêndios, encontrados nas inspeções, para que sejam feitas propostas corretivas;
Atualização de técnicas e táticas de combate a incêndios; e outros assuntos de interesse.

Reunião extraordinária
Devem ser realizadas reuniões extraordinárias sempre que:
Após um exercício simulado;
Ocorrer um sinistro;
Quando for identificada uma situação de risco iminente;
Ocorrer uma alteração significativa dos processos industriais ou de serviços; e
Houver a previsão de execução de serviços que possam gerar algum risco.                             

Exercícios simulados
Devem ser realizados exercícios simulados parciais e completos no estabelecimento ou local de trabalho com a participação de toda a população, no período máximo de 03 (três) meses para simulados parciais e 06 (seis) meses para simulados completos. Imediatamente após o simulado, deve ser realizada uma reunião extraordinária para avaliação e correção das falhas ocorridas. Deve ser elaborada ata na qual conste:
Data e horário do evento;
Tempo gasto no abandono;
Tempo gasto no retorno;
Tempo gasto no atendimento de primeiros socorros;
Atuação dos profissionais envolvidos;
Comportamento da população;
Participação do Corpo de bombeiros e tempo gasto para sua chegada;
Ajuda externa (PAM - Plano de Auxílio Mútuo);
Falhas de equipamentos;
Falhas operacionais; e
Demais problemas levantados na reunião.
Revisão do plano                         
O plano de emergência contra incêndio deverá ser revisado por profissional habilitado sempre que:
Ocorrer uma alteração significativa nos processos industriais ou de serviços; quando for constatada a possibilidade de melhoria do plano; e completar 12 (doze) meses de sua última revisão.
Nota: nenhuma alteração significativa nos processos industriais ou de serviços poderá ser efetuada sem que o profissional habilitado que elaborou o plano de emergência contra incêndio seja consultado previamente e autorize a sua alteração por escrito.
Auditoria do plano
Deve ser realizada uma auditoria interna ou externa do plano a cada 12 (doze) meses, preferencialmente antes da revisão do plano, de modo a avaliar e certificar que o plano está sendo cumprido em conformidade.
17. Fluxograma de procedimentos de emergência contra incêndio

18.Modelo de plano de emergência contra incêndio

DESCRIÇÃO DA EDIFICAÇÃO

Nome:
Endereço:
Ocupação:
População Fixa: 600 pessoas
População Flutuante: 1.000 pessoas
Dimensões:
Equipamentos de Segurança:
Brigada de Incêndio:
Bombeiro Profissional Civil:
Riscos em potencial: cabine primária e caldeira elétrica localizada no 1º subsolo, heliponto na cobertura e equipamentos de raios-X nos conjuntos 37, 73 e 103.
Meios de ajuda externa: Posto de Bombeiros do Centro a 4 Km (fone 193) e Brigada de Incêndio do Condomínio Carioca (fone 9999-9999).
Moto-Gerador: Unidade existente no subsolo, em sala a prova de fogo, tipo automático-diesel e com autonomia para 6 horas. Alimenta os seguintes sistemas em caso de falta de energia da concessionária: iluminação de emergência, insufladores da escada, bombas de incêndio e recalque e portão de veículos.

ANÁLISE PRIMÁRIA: Sempre que houver uma suspeita de princípio de incêndio (por calor, cheiro, fumaça ou outros meios), o mesmo deverá ser investigado. Nunca deverá ser subestimada uma suspeita.

ANÁLISE SECUNDÁRIA: Após identificação do andar sinistrado (pelo painel da central), o alarme deverá ser silenciado e o Bombeiro Profissional Civil de plantão, deverá comparecer ao local para análise da emergência.

CORTE DA ENERGIA: Caso necessário, deverá ser providenciado o corte da energia elétrica (parcial ou total). O corte geral deverá ser executado pelo pessoal da Manutenção, que deverá estar a disposição do Chefe da Brigada.

CORPO DE BOMBEIROS: Um Brigadista deverá acionar o Corpo de Bombeiros dando as seguintes informações:

Nome e número do telefone utilizado;
Endereço do Condomínio (completo);
Pontos de referência (esquina com Rua da Paz);
CARACTERISTICA DE INCENDIO: Quantidade e estado das eventuais vítimas; e quando da existência de vítima grave e o incêndio estiver controlado, deverá ser informada a existência do heliponto na cobertura para eventual resgate por helicóptero.

ABANDONO: Caso seja necessário abandonar a edificação, deverá ser acionado novamente o alarme de incêndio para que se inicie o abandono geral. Os ocupantes do andar sinistrado, que já deverão estar cientes da emergência, deverão ser os primeiros a descer, em fila e sem tumulto, após o primeiro toque, com um Brigadista chefiando a fila e outro encerrando a mesma. Todos os demais ocupantes de cada andar deverão, após soar o primeiro alarme, agruparem-se no saguão dos elevadores, organizados em fila direcionada à porta de saída de emergência que deverá ser mantida já aberta. Após o segundo toque do alarme, os andares iniciarão a descida, dando preferência as demais filas, quando cruzarem com as mesmas (como numa rotatória de trânsito), até a descarga (andar térreo), onde se deslocarão para a calçada e darão a volta ao quarteirão, posicionando-se conforme chegada. Neste momento, um Brigadista fará a chamada para verificar eventuais ausências para posterior averiguação, comunicando, de imediato, a posição do andar na calçada e as demais alterações ao Chefe da Brigada.

PRIMEIROS SOCORROS: Deverão ser prestados os primeiros socorros às eventuais vítimas, conforme treinamento específico dado aos Brigadistas.

COMBATE: Os demais Brigadistas iniciarão, como necessário e/ou possível, o combate ao fogo sob comando do Bombeiro Profissional Civil, podendo ser auxiliados por outros ocupantes do andar. O combate ao incêndio deverá ser efetuado conforme treinamento específico dado aos Brigadistas.

ORIENTAÇÃO: O mesmo Brigadista que acionou o Corpo de Bombeiros, preferencialmente, deverá orientá-los quando na sua chegada e apresentá-los ao Chefe da Brigada.

RELATÓRIO: Após o controle total da emergência e a volta a normalidade, incluindo a liberação do Condomínio pelas autoridades, o Chefe da Brigada deverá elaborar um relatório, por escrito, sobre o sinistro e as ações de contenção, para as devidas providências e/ou investigação, oficial ou não.

RECURSOS MATERIAIS: Projetar, instalar e manter os equipamentos e dispositivos de acordo com as normas técnicas e legislação vigente, tais como: sistema de hidrantes, extintores de incêndio, detecção e alarme de incêndio, saídas de emergência, iluminação de emergência, sinalização, etc.

RECURSOS HUMANOS: Contratar os bombeiros necessários (caso exigido), selecionar e formar os brigadistas, ambos conforme suas respectivas normas técnicas, organizando, juntamente com os grupos de apoio (manutenção, segurança patrimonial, etc), um organograma funcional, onde cada elemento e/ou grupo terá especificada sua função e/ou área de atuação. Esta ferramenta deverá estar disponível para todos ocupantes da edificação, totalmente ou parcialmente.

PROCEDIMENTOS: Elaborar um roteiro de procedimentos específicos para a edificação objeto do plano, devendo ser observados os seguintes itens: localização, construção, ocupação, população, etc. Deverão ser abordados os seguintes procedimentos básicos, relacionados de forma lógica como se uma pessoa apenas fosse executar:
·       Alerta (alarme)
·       Análise da situação
·       Primeiros socorros
·       Corte da energia (total ou parcial)
·       Abandono da área (total ou parcial)
·       Isolamento da área sinistrada
·       Confinamento do fogo
·       Combate (extinção) do fogo
·       Investigação (levantamento das causas)
Um fluxograma deverá ser elaborado para rápido entendimento.
Estes procedimentos deverão ser passados aos bombeiros (caso tenham), brigadistas e grupos de apoio durante suas formações e nas reuniões ordinárias. Deverão ser comentados em palestras rápidas (cerca de 15 minutos por mês) para a população da edificação, objetivando orientar até 80%, sendo que numa situação de emergência, os 20% que não foram orientados serão tratados como população flutuante, o que resultará na mesma, considerando que é quase impossível manter 100% na edificação (férias, contratações, demissões, afastamentos, etc).
Para os procedimentos de primeiros socorros e combate a incêndio, deverão ser realizados cursos e treinamentos específicos. Para o abandono de área, deverá ser seguido o seguinte roteiro:
Treinamento dos bombeiros, brigada e grupo de apoio
Palestras rápidas de divulgação
1º dia com data e hora marcadas (exercício de fixação)
2º dia somente com data marcada (elevação do envolvimento geral)
3º dia sem data nem hora marcadas (situação simulada com envolvimento quase próximo da real)